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29 de julho de 2013

A revolta será curtida e compartilhada (4)

Esta série de posts (que na verdade é só um, dividido para facilitar a leitura) foi um relato pessoal produzido sobre as primeiras manifestações ocorridas nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro. Ele está um pouco desatualizado, porque não leva em consideração a continuação dos protestos, mas acho importante deixar registrado aqui - até mesmo para que eu tenha acesso no futuro.
Acesse o post 1 aqui, o 2 aqui e o 3 aqui.           
                                                       
                                                               Post 4 de 5.


       A cobertura midiática e a divisão do movimento


A grande mídia fazia questão de frisar que um “grupo pequeno de vândalos” destoante da manifestaçãoestava destruindo a cidade, patrimônio público, e que o dinheiro da reconstrução sairia do bolso de todos nós. A necessidade de deixar claro que eram dois grupos diferentes, com objetivos diferentes e em protestos diferentes tinha, obviamente uma única razão: rachar o movimento.

Deixar o movimento pacífico e passivo ter força, agregar pessoas, enquanto aqueles considerados radicais, e depois denominados “punks” seriam cada vez mais afastados, xingados, condenados... Presos. Eu era uma das punks então? Porque eu estava na ALERJ. Não coloquei fogo em nada, é verdade, mas fui uma das vozes que entoou todos aqueles gritos; uma das pessoas a fazer o cordão de resistência que barrou a PM; uma das vândalas que portava vinagre, máscara, óculos de proteção. E eu via que todo aquele discurso estava sendo comprado, na fala de manifestantes que são tão do povo quanto os “punks”, que querem as mesmas coisas que os “punks”, mas que não percebem quem é o verdadeiro vândalo da história.

E quem reaparece nessa hora e demonstra seu papel fundamental? A internet. No facebook e no youtube conseguimos postar, acessar, curtir e compartilhar o outro lado. Mostrar o abuso das autoridades, a truculência policial, as injustiças. Contar nosso relato pessoal, ler o de pessoas que pensam como você, ou completamente diferente. E assim criou-se uma rede espontânea de mídia alternativa, como a Alternativa, e a NINJA.  

O facebook tem papel tão importante nessa onda de manifestações que ele chegou a ficar fora do ar por alguns minutos. E foi desesperador. Tenho certeza que muitos se perguntaram como saberiam as informações dos próximos atos sem ele. Mais do que isso, como se informariam sobre todas as manifestações pelo Brasil sem ele. Além disso, grupos foram organizados para ajudar o movimento, como o HabeasCorpus RJcujo objetivo era dar auxílio jurídico àqueles que fossem presos durante os atos.

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