tag:blogger.com,1999:blog-43802407804098381632024-02-19T05:02:59.125-03:00Tudo que a Gabi gosta de falarGabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-71424780548500511322013-09-10T00:58:00.002-03:002013-09-10T01:01:24.518-03:00Hierarquização de lutas e inérciaO que motiva este post é uma pergunta que me faço há muito tempo. Desde muito nova, quando comecei a tomar conhecimento das mazelas do mundo (o que acontece cada vez mais cedo), me perguntava sobre as crianças passando fome na África, e sobre os moradores de rua ao meu redor, também passando fome. A relação macro-micro martelava minha cabeça, e martelava, martelava. Crescida, me engajei em determinadas lutas (a feminista vocês já conhecem; mas não só: também faço parte da luta <a href="http://www.gabigostadefalar.blogspot.com.br/2012/11/quando-coisas-ruins-saem-em-revistas.html" target="_blank">antiproibicionista</a> e antimanicomial, opressões de minorias, bem como pela <a href="http://www.gabigostadefalar.blogspot.com.br/2012/12/nao-se-pode-confundir-miojo-com-feijoada.html" target="_blank">democratização da comunicação</a>) que sempre são criticadas. A muleta? "Vocês não tem nada melhor pra lutar não?" E aí os complementos são muitos:<br />
a) tanta corrupção pelo Brasil;<br />
b) toda essa violência, ninguém mais consegue sair de casa;<br />
c) saúde e educação no lixo;<br />
d) tanta gente passando fome;<br />
e) todas as opções acima e muitas outras.<br />
<br />
Sem dúvidas, deve-se lutar por tudo isso. Mas será que é mesmo necessário que se faça essa hierarquização? Quer dizer, só posso lutar por saúde e educação quando ninguém mais passar fome? E se isso levar 300 anos? As lutas tem que acontecer de forma concomitante. Vai ter o espaço onde eu me encaixo melhor, onde eu posso fazer mais, agir mais, e este espaço vai ser diferente do teu. E que bom!<br />
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Mas quando a luta é polêmica... ela nem entra na ordem de prioridades. Legalização da Maconha? Tanta coisa pra lutar e vocês querem essa baderna? Chega a ser ofensivo. Opa! A legalização da maconha tem influência direta na violência, no tráfico, na morte de negros e favelados. <a href="http://www.gabigostadefalar.blogspot.com.br/2013/08/aborto-vamos-falar-sobre-isso.html" target="_blank">Legalização do aborto</a>?! Milhares de mulheres pobres morrendo, mas é uma questão para depois, de segundo plano.<br />
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Fico me perguntando porque a luta feminista - em específico - sempre é deixada em último plano. O chocante é que isso ocorre até mesmo no interior dos movimentos sociais. Quando se fala em paridade de gênero sempre ouvimos que esse não é um ponto tão importante, ou que pode (deve) ser resolvido depois.<br />
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Quando nos queixamos das<a href="http://www.gabigostadefalar.blogspot.com.br/2012/10/eu-nao-gosto-de-ser-cantada.html" target="_blank"> cantadas</a> que ouvimos todos os dias das nossas vidas ouvimos que essa é uma questão sem importância. Sem importância pra quem, carapálida? Pra você, homem, heterossexual que nunca teve que lidar com isso e se ofende com a mera aproximação de um homossexual? Ah, sim. Pra você pode não ter importância mesmo.<br />
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O grande perigo da hierarquização de lutas é a espera eterna pela bandeira perfeita... e a prática continuar nula... É ou não é a desculpa perfeita para a inércia?!Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-17708679028639451612013-08-23T01:27:00.002-03:002013-08-23T01:27:56.785-03:00Aborto é tema em ''Amor à vida''Estava assistindo "Amor à vida", novela das 21h da Rede Globo e me surpreendi positivamente. Mais uma vez o tema aborto foi pautado, mas agora de forma diferente.<br />
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Pra quem não lembra, ou não acompanha a novela, há algum tempo houve uma cena em que dr. César (Antônio Fagundes, um dos galãs da novela, que agora não é visto como bonzinho, mas na época era) aconselhava uma paciente a não abortar, com argumentos religiosos. ''É uma vida'', etc..<br />
Eu não sei o que aconteceu - se o autor recebeu muitas críticas, se o objetivo era mostrar os ''dois lados'' desde sempre (o que duvido) - mas hoje foi completamente diferente.<br />
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Na cena, uma paciente morreu em decorrência de um aborto clandestino mal sucedido. A médica tem uma fala sensacional, que isso só acontece com as mulheres pobres, já que as ricas fazem abortos em clínicas porque podem pagar por isso. Dr. Lutero (Ary Fontoura) concorda com a garota e afirma que o aborto clandestino é um dos grandes responsáveis pela morte de mulheres no Brasil (a 4ª causa que mais mata mulheres), e que "o aborto, infelizmente, tornou-se caso de saúde pública". Em seguida, vai chamar atenção de um médico residente que, por causa de sua religião, havia se recusado a atender a paciente. Basicamente o que ele diz é que, independente de religião, o papel do médico é atender toda e qualquer pessoa. Em seguida, pede que ele se retire do corpo do hospital e vai até a sala de César.<br />
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Aí o que acontece? César retoma seu discurso contra o aborto e "Pró Vida"? Nããão!!! Ele dá razão pra Lutero e concorda com ele.<br />
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Ponto positivo pra Amor á Vida, e quem diria, pra Rede Globo. Agora é torcer para que esse caminho continue sendo seguido... o de consertar as besteiras que faz. :)<br />
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</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQKl6flDi-sx7MvIP1a6KQaLSgGwfvxX_j2ZQMrQPFUsuMUEVrMaP-YNS9ZSLcijXAWhSVOU_pn9fstIeo-EDHJyjdb6-ex654ls-c2ZWMsmjojJwfWrz8IegDJtPWOSMOynKRjQ9M4Hk5/s1600/ocupa5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQKl6flDi-sx7MvIP1a6KQaLSgGwfvxX_j2ZQMrQPFUsuMUEVrMaP-YNS9ZSLcijXAWhSVOU_pn9fstIeo-EDHJyjdb6-ex654ls-c2ZWMsmjojJwfWrz8IegDJtPWOSMOynKRjQ9M4Hk5/s400/ocupa5.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ocupa Barcas!</td></tr>
</tbody></table>
As ocupações de espaços públicos são movimentos muito peculiares, realmente diferentes e que precisam ser tratados com olhares diferentes. Há 1 ano e meio participei do Ocupa Niterói, uma ocupação na praia de Icaraí que durou cerca de um mês, seguida de atos, ocupações mais curtas e intervenções artísticas (cujas fotos ilustrarão este post). Agora, está acontecendo o Ocupa Câmara de Niterói, onde os manifestantes já resistem há 13 dias.<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR0smaV3xKaU47hQ1IBtJBTz3PG_auKg2Mcm-zy2tgB4BXTbjuwAbmaNxQwblnhoibem6pGf_FFtxelc7ZnJprqlRA1XSYOGFpu-xLLMpgw6WnSFypYSghLlBc8ObaI54cIEdjH9sjgiaS/s1600/ocupa6.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR0smaV3xKaU47hQ1IBtJBTz3PG_auKg2Mcm-zy2tgB4BXTbjuwAbmaNxQwblnhoibem6pGf_FFtxelc7ZnJprqlRA1XSYOGFpu-xLLMpgw6WnSFypYSghLlBc8ObaI54cIEdjH9sjgiaS/s320/ocupa6.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ocupa Niterói no Ato contra as OSs</td></tr>
</tbody></table>
O primeiro ponto que queria tocar é a criminalização do movimento. A grande mídia possui um histórico de criminalização dos movimentos sociais, isso é sabido. No caso das ocupações a coisa fica ainda mais grave por uma série de fatores. Dentre eles, o simples fato de ocupar um espaço público. Algo que foge ao cotidiano, e que, definitivamente, incomoda. Além disso, a mídia tem uma tática que sempre é usada na tentativa de deslegitimar o movimento e colocar a população contra: a utilização de drogas e a realização de "festas" e eventos que, em teoria, não deveriam fazer parte daquele espaço.<br />
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O que a mídia e os coxinhas precisam entender é que quando se está em uma ocupação as pessoas dormem e acordam naquele lugar, passam o dia inteiro ali, finais de semana, feriados e etc. É óbvio que não tem como você debater, panfletar, fazer atos e assembleias o tempo todo. É necessário que existam espaços mais descontraídos, de lazer, de interação, de troca de ideia sem lista de inscrições. E o melhor (ou não) de tudo é que mesmo nesses espaços o assunto acaba sendo política. A ocupação em si, os próximos passos, as divergências políticas, partidárias ou sabe-se-lá-mais-o-que.<br />
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A questão das drogas é mais polêmica e extensa, porque pensando coletivamente dá "pano pra manga", o que pode ser mais um obstáculo pra um tipo de manifestação que já é complicada por si só. Mas cabe a nós - aqueles que em teoria nadam contra a corrente - nos perguntarmos e fazermos o debate se queremos repetir - no interior de um movimento de contestação e quebra de ordem - os modelos que tanto criticamos. Ou seja... criticamos a política de guerra às drogas e proibimos a utilização delas? Criticamos a interferência do Estado na vida privada dos cidadãos e queremos definir coletivamente questões individuais? Afirmamos que a casa do povo não é ocupada pelo povo e fechamos os portões com as mesmas correntes? Condenamos a atuação da polícia mas agimos de forma semelhante???<br />
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Obviamente existe uma questão seríssima que é a segurança. E por isso toda ocupação tem um grupo específico pra deliberar e atuar nesse sentido. Mas ao mesmo tempo é fundamental entender que, no momento que se decide OCUPAR estamos aceitando correr uma série de riscos. Afinal, não estamos seguros em nossa casas, mas dormindo com desconhecidos, e quem somos nós pra decidir quem é ou não perigoso? Quem pode ou não ser infiltrado? Quem provavelmente vai furtar, depredar, arranjar confusão? Quem pode ou não ultrapassar o portão e se juntar aos ocupantes? Vamos usar os mesmos critérios que condenamos sob a desculpa da segurança?! Realmente, não é fácil... mas ninguém disse que seria.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJCmryoE6Q5xxbt_lDEkqMZ6376PvlL-_NwpxBySSyIXjs-4lftEVxrB0nzNPjUIaFRZTVKSvB-P9az8HNnVJELmamlJ9hxn_aHUfZMCoFUdeYNsEd7LEgpYUBnDiL03l5mi1ETe8Bw-na/s1600/ocupa4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJCmryoE6Q5xxbt_lDEkqMZ6376PvlL-_NwpxBySSyIXjs-4lftEVxrB0nzNPjUIaFRZTVKSvB-P9az8HNnVJELmamlJ9hxn_aHUfZMCoFUdeYNsEd7LEgpYUBnDiL03l5mi1ETe8Bw-na/s400/ocupa4.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ocupa Niterói no ato Niterói que Paz</td></tr>
</tbody></table>
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Ocupação é contradição. É convivência. Enfrentar o desconhecido e todas as consequências disso, as ruins e as boas. O desgaste chega rápido. Fica cada vez mais difícil ir pra casa, e quando estamos em casa, nossa mente está na ocupação. E muitas vezes quando estamos na ocupação não vemos a hora de estar em casa, tomar um banho e deitar em uma cama. Mas não desistimos... passamos a nos preocupar com cada indivíduo lá presente, porque estamos recriando um modelo de sociedade, mostrando e vendo se é ou não possível viver de forma harmoniosa nos moldes que acreditamos ser os melhores. E por isso a ocupação é um movimento incrível de luta. Porque tentamos colocar em prática nossas utopias, nossos ideais no micro, e com isso entendemos as limitações e dificuldades pro macro também. Ocupação é conhecimento, aprendizagem.<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2tZk3stuS_kR1R7c1BGBzMRhzzmzJXi3LoDWP6hWNvDsHd-GWw_IYsPc22fxtZV6BNOYRirDA4JUjomwjhQy2eaPKRJ3eCvrYZX3hGLq4K05o2W2gJzd0dxa3U_3ld9E82pxaNw8fa9o1/s1600/ocupa1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2tZk3stuS_kR1R7c1BGBzMRhzzmzJXi3LoDWP6hWNvDsHd-GWw_IYsPc22fxtZV6BNOYRirDA4JUjomwjhQy2eaPKRJ3eCvrYZX3hGLq4K05o2W2gJzd0dxa3U_3ld9E82pxaNw8fa9o1/s320/ocupa1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ocupa Niterói na praia de Icaraí. Novembro de 2011<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
Porque pode até ser que nada seja conquistado com esse tipo de movimento. Mas uma coisa é fato: cada um dos ocupantes ganha e ganha muito. Ganha bagagem cultural, ganha pensamento crítico, ganha novos pontos de vista, ganha manias, gírias, sorrisos, abraços, piadas internas, sonhos, ideais e, principalmente, companheiros. Amigos pra vida inteira.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiartV0gA5d7i4gXRkVR2uQeuPp1BYcej4gnArHlLdSvnN0tuT0RVCj5RKMUDuqqeYHL0oNqfSGppkoWD_nhyMlTF1g9oN4W_Dka4gO4R99ni-oCqNsGbvbaA7UuByMUKfwWfdjO9zC6OBU/s1600/ocupa2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiartV0gA5d7i4gXRkVR2uQeuPp1BYcej4gnArHlLdSvnN0tuT0RVCj5RKMUDuqqeYHL0oNqfSGppkoWD_nhyMlTF1g9oN4W_Dka4gO4R99ni-oCqNsGbvbaA7UuByMUKfwWfdjO9zC6OBU/s640/ocupa2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">:)</td></tr>
</tbody></table>
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<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-52628354833063415162013-08-19T11:34:00.000-03:002013-08-19T11:34:08.243-03:00"E você faz o que mesmo, ein?" "Jornalismo."<span style="color: #666666;">Meu único leitor (pelo menos o único que comenta hehehe..) pediu um post falando da faculdade de Jornalismo, como é a rotina, etc... e aqui está. Espero que você goste :)</span><br />
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Bem, eu estou indo agora pro sexto período e ando meio assustada. Passou muito rápido. Estou com a sensação de que comecei a produzir agora e que ano que vem tudo já vai ter acabado. Isso porque no início da faculdade temos muita teoria.<br />
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Eu faço Jornalismo na UFF (Federal Fluminense), e obviamente não posso falar de outras faculdades. A UFF não tem o Ciclo Básico (como a UFRJ), mas no início as matérias teóricas mais amplas (sobre Comunicação Social) são cursadas junto com o pessoal de publicidade. O horário é tarde-noite, no início chegamos a ter matérias 14h da tarde, mas conforme o curso vai passando elas vão ficando mais pro período de 16h em diante, depois a partir das 18h.<br />
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E aqui cabe falar um pouco da UFF, antes de prosseguir. Sempre ouvi falar que pra jornalismo o ideal era ir pra uma faculdade com uma puta estrutura. Em termos de sala, não tenho o que reclamar. Temos ar condicionado e boas carteiras no IACS, nada de tudo quebrado como se ouve falar. Também temos um laboratório com bons computadores, um estúdio pequeno de áudio, um menor ainda de TV e um laboratório de edição que é bom, mas tem poucos computadores. No que toca o audiovisual a coisa complica um pouco. Temos poucas câmeras filmadoras, a grande maioria ainda usa fitas (só uma tem cartão) e a qualidade, em geral, não é tão boa. Costumamos ter uma boa relação com os professores, em sua grande maioria, são pessoas muito acessíveis e gentis. E da minha turma não tenho o que reclamar, é a melhor que eu poderia ter.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh47pG6eiw-xYKlnNMSHVvhhPMmkXWXVhAiFwlgTtvGbmhGDsBmtncl4w_n66-BFfqKqFBQF6ZBLq0s96KYpyAF3H6Slqy9UX-sXta6hCGvAx4aUuL0WbyPxAcyAKg_ipdyngTdZZySDQW-/s1600/iacs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh47pG6eiw-xYKlnNMSHVvhhPMmkXWXVhAiFwlgTtvGbmhGDsBmtncl4w_n66-BFfqKqFBQF6ZBLq0s96KYpyAF3H6Slqy9UX-sXta6hCGvAx4aUuL0WbyPxAcyAKg_ipdyngTdZZySDQW-/s400/iacs.jpg" title="IACS: a amada casa rosa" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">IACS: a amada casa rosa. Foto de Ildo Nascimento</td></tr>
</tbody></table>
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Agora vou falar um pouco sobre as matérias obrigatórias. No primeiro período, as matérias foram Introdução a Filosofia, Realidade Socioeconômica e Política Brasileira, Teorias da Informação e da Comunicação (todas essas junto com publicidade), Introdução a Linguística, Introdução ao Jornalismo e Teoria da Percepção. Alguns nomes iludem, como a Realidade Socioeconômica e política brasileira. Mas foi tudo culpa do professor... e esse é um dos grandes problemas da Universidade Pública. Se o professor for ruim, meu caro... paciência. Teoria da Percepção foi o tipo de matéria que era até legal fazer, mas todos considerávamos inútil. A mais legal, obviamente, era Introdução ao Jornalismo, onde aprendemos conceitos básicos e fundamentais, como a importância da objetividade, o jornalismo como quarto poder, etc.<br />
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E é no segundo período que a gente começa a ter matérias práticas. O segundo período é teste de resistência. O monstro da Introdução a Economia, que quase reprova todo mundo, e Planejamento Visual Gráfico (apelidado de PVG), que é uma matéria bem legal, mas que dá um trabaaalho... Na parte teórica tem História dos Meios de Comunicação (que é muito, muito chato) e Introdução a Sociologia (que sou suspeita, porque adoro sociologia... mas foi muito bom). Tem também Linguagem Fotográfica (que é bem teórica mas também tem a parte prática, e é legal), linguagem jornalística e linguagens e técnicas audiovisuais (que é teórica, mas o trabalho final é prático, um boletim em audiovisual).<br />
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No terceiro, as teóricas são: História da Imprensa (que eu achei legal, principalmente a parte mais recente que fala de como a imprensa lidava na época da ditadura), Linguística - Estudos de Linguagem (aqui estudamos Semiótica. É uma matéria complicada, cheia de conceitos, e o trabalho final foi o mais trabalhoso hehehehe que tive que fazer na vida. Mas valeu a pena!), Sociologia da Comunicação e Seminários de Poder e Política (matéria maravilhosa!!!!! fala sobre democratização da comunicação, as relações de poder que envolvem o jornalismo, enfim... uma das melhores de todo o curso). Tem duas mistas: Introdução ao Fotojornalismo (traça um panorama do fotojornalismo e tem algumas saídas práticas. O trabalho final pode ser escrito ou um ensaio fotográfico, vc escolhe) e Teorias e Ténicas de Reportagem (a aula é teórica e o trabalho final é prático.. e bem legal: entrevistamos um jornalista). E a última obrigatória é Oficina de Reportagem, que é pra produzirmos matérias pra jornal impresso.<br />
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No quarto é quando finalmente temos contato com rádio e mais com telejornalismo. Temos História do Rádio e da TV (só teórica), Antropologia (só teórica, mas maravilhosa! deveria ser obrigatória em todos os cursos de humanas), Linguagens Hipertextuais (teórica), Introdução ao Radiojornalismo e Introdução ao Telejornalismo (mistas).<br />
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No quinto período as obrigatórias são Ética e Jornalísmo (teórica e maravilhosa!!), Redação Hipertexto (mista e maravilhosa!!) e a última Linguística, que ainda não cursei, mas falam que é a que mais tem a ver com Jornalismo. Ainda bem.<br />
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No sexto período são só duas obrigratórias: Geografia dos blocos mundiais de poder e planejamento editorial. No sétimo temos, finalmente, Assessoria de Imprensa e a Introdução a Pesquisa em Comunicação, pra já preparar a monografia. E no Oitavo Período é o Projeto Experimental em Jornalismo.<br />
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Acho legal que as possibilidades de Trabalho de Conclusão pra jornal são bem amplas... Pode ser monografia, documentário, ensaio fotográfico, um programa de rádio, de tv... enfim, é bem legal.<br />
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Algumas optativas oferecidas são muito legais, e tem que ficar de olho porque não abrem em todos os semestres. Tem também os projetos de extensão, que valem 120 horas e são mais práticos.<br />
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De modo geral, sou apaixonada pelo curso. Mas a faculdade não é como escola e tem que correr atrás, seja pegando projeto de extensão, correndo atrás de bolsa de extensão, estreitando suas relações com os professores, pegando projeto de pesquisa, etc. Me arrependo de só ter feito isso no quinto período. Porque é muito bom produzir!! E eu vejo muita gente quase se formando sem ter produzido quase nada na Universidade. :(<br />
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No campo de estágios, é complicado. A grande maioria das ofertas é pra Assessoria de Imprensa e quando é pra jornal mesmo, geralmente são muito mal remunerados. :(<br />
Pode ser pra se acostumar, já que o jornalista é um dos profissionais mais mal pagos pelo trabalho que exerce. Muita ralação e pouca grana... tem que ser bem apaixonado mesmo! hahahah<br />
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Bem, acho que é isso. Se faltou alguma coisa pode perguntar nos comentários que eu respondo. :)<br />
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Beijos,<br />
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Gabi.<br />
<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-41127507383209718642013-08-18T21:51:00.000-03:002013-08-18T21:52:40.230-03:00O Renascimento do PartoFui assistir ontem o documentário "<a href="http://www.orenascimentodoparto.com.br/" target="_blank">O Renascimento do Parto</a>", um filme de Érica de Paula e Eduardo Chauvet, que trata de uma questão seríssima e que venho me interessado muito: a indústria da cesárea e a questão do parto (e tudo que ele envolve). Deixo<a href="http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/esportes/volei/parto-natural-o-parto-prazeroso--78-6611" target="_blank"> aqui </a>o link para uma matéria que fiz sobre o tema.<br />
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Ele acabou de estrear e eu espero sinceramente que muita, mas muita gente assista. Por isso vou tomar cuidado para não fazer spoilers.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHbPcmNQBMmB0MGi9Xxy0j_63cyAJs3E1HE8f97j7mR_RTk49zZK3UUuPVf4zATuvuHWtjgWHnvAeaJmcEvXrlCcXTg53iscIHBj9y09KkBzaD6ZThhreybtvZekB8GgLnloZeGXEWywf/s1600/renascimento-do-parto-capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="118" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggHbPcmNQBMmB0MGi9Xxy0j_63cyAJs3E1HE8f97j7mR_RTk49zZK3UUuPVf4zATuvuHWtjgWHnvAeaJmcEvXrlCcXTg53iscIHBj9y09KkBzaD6ZThhreybtvZekB8GgLnloZeGXEWywf/s320/renascimento-do-parto-capa.jpg" width="320" /></a></div>
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O filme conta com depoimentos de especialistas que criticam a chamada indústria da Cesárea. Ocorre que no Brasil 52% dos partos realizados são cesarianas, índice muito maior do que o recomendado pela OMS, de 15% (a mesma taxa de partos que resultam em complicação). O problema não está na cesariana em si, mas na utilização desta de forma desnecessária, uma vez que o parto é um ato fisiológico, e não deve ser tratado como uma doença.<br />
<br />
Além dos especialistas (médicos, obstetras, parteiras, doulas, etc) muitas mães são entrevistadas e seus relatos constituem denúncias: muitas foram convencidas durante a gravidez que a cesárea era a melhor opção; médicos que se recusam a fazer parto normal; e até mesmo armações para que a mulher acredite que sua gravidez é de risco, quando não é.<br />
<br />
O filme é incrível, desmistifica cada ponto, fala sobre dor, segurança, e tantos outros pontos que muitas vezes nem passam pela nossa cabeça. Como não pensamos que a forma que chegamos ao mundo nos influencia pelo resto da vida? Agora me parece meio óbvio. Entender que não é uma questão de sobrevivência - "ele nasceu saudável" - os bebês tem que nascer BEM.<br />
<br />
E, por fim, o que mais me chocou é que a comparação é inevitável. Ver uma cena de um bebê nascendo de cesárea e ver uma cena de um bebê nascendo de forma natural. É incomparável. É chocante. As mães tendo um trabalho de parto repleto de tranquilidade, com o apoio do parceiro, de forma confortável... e cortava para a cena seguinte, com mulheres deitadas em uma cama de hospital, como se estivessem doentes quando... não estavam. Ver que na cesárea o bebê e a mãe quase não tem contato imediato, que tudo é feito com certo ''afastamento'', como se fosse uma linha de produção... e cortar pra cena em que o bebê nasce quase que sozinho, só com a força da mãe, cai em seus braços e já vai direto pro seu seio mamar...<br />
<br />
O Renascimento do Parto é simplesmente maravilhoso. Muito bem feito, redondinho, eu sinceramente não mudaria nada. Todo mundo tem que ver, quem quer ser mãe um dia principalmente, mas não só. É uma denúncia sobre uma coisa bizarra que está acontecendo bem debaixo dos nossos olhos. Violência obstetra é muito mais comum do que imaginamos, e precisamos denunciar e mudar isso.<br />
<br />
É complicado porque, como bem dito no filme, não existe um único culpado, mas uma série de fatores: os planos de saúde que pagam mal, o SUS que não oferece de fato opções para a parturiente, os médicos que precisam fazer um bom salário e por isso não podem ficar a disposição de uma paciente de parto natural... enfim, realmente uma série de coisas que precisam ser modificadas para que a escolha possa ser MESMO da mulher. Para que seja o melhor pra ela e pro seu filho, e não delimitado por fatores externos que são diretamente ligados a capital, dinheiro, lucro. Quanto vale uma vida? Quanto vale nascer bem? Quanto vale o momento mais importante da vida de um casal que está tendo seu filho? Quanto vale VIVER bem?<br />
<br />
<br />
Assistam O Renascimento do Parto! :) Mas levem lenços... porque é de chorar do início ao fim.<br />
<br />
(Acho que nem precisa falar, mas a nota é 10!)<br />
<br />
<br />
<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-42590849715388997532013-08-16T22:49:00.001-03:002013-08-18T22:27:40.357-03:00Aborto: vamos falar sobre isso..Algumas pessoas se assustam quando me ouvem falar que sou a favor da descriminalização do aborto.<br />
Recentemente uma menina veio me perguntar: "porque você é a favor do aborto?"<br />
<br />
Quem é a favor da descriminalização do aborto não o defende pela prática em si. Não estamos levantando bandeiras incentivando mulheres a abortar - como muitos querem fazer acreditar. Por isso acho bizarro que aqueles que se posicionam contrários se auto intitulem "Pró Vida". Por eliminação, quem defende a descriminalização é o que? Pró Morte?<br />
<br />
Não me cabe entrar em questões religiosas. Assim como o Estado não deveria entrar, já que é Laico. Então porque será que a descriminalização do aborto não está como uma das pautas da nossa presidenta? E olha que ela é mulher.<br />
<br />
Um dos principais argumentos - tirando os religiosos - de quem é "contra o aborto" é que, se fosse legal, ele se tornaria mais um método contraceptivo. Como se abortar não fosse uma coisa muito séria, que pode ser, inclusive, extremamente dolorosa, tanto física como psicologicamente. Ninguém gosta de abortar. Abortar não é como tomar uma pílula.<br />
<br />
O fato é que o aborto precisa ser tratado como uma questão de saúde pública, e não com a moral das religiões. Muitas, MUITAS mulheres morrem por conta de abortos mal sucedidos. Porque elas não podem contar com uma assistência médica e psicológica na hora de fazer esse procedimento. Porque elas precisam fazer às escondidas, como criminosas, sem que ninguém saiba. Porque pela nossa lei, quem aborta é isso: criminosa.<br />
<br />
Obviamente quem mais sofre com essa proibição são as mulheres de baixa renda, que não tem recursos para pagar uma clínica clandestina ou comprar os medicamentos abortivos. Estas precisam recorrer a procedimentos como introduzir objetos pontiagudos em suas vaginas, ou acabam na mão de açougueiros que fazem o serviço por um preço mais barato. Permitir que isso continue acontecendo não é desumano?<br />
<br />
Vamos parar de ser hipócritas. Por mais difícil que seja, vamos assumir: Sim, mulheres abortam! Religiosas abortam, adolescentes abortam, mulheres de meia idade abortam, mulheres casadas abortam.<br />
<br />
Aos que se intitulam "Pró Vida", fica a pergunta: Pró vida de quem? As vidas das mulheres não entram no pacote?<br />
<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-84412560341275587832013-07-29T13:05:00.004-03:002013-07-29T13:18:34.455-03:00A revolta será curtida e compartilhada (5)<span style="color: #666666;">Esta série de posts (que na verdade é só um, dividido para facilitar a leitura) foi um relato pessoal produzido sobre as primeiras manifestações ocorridas nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro. Ele está um pouco desatualizado, porque não leva em consideração a continuação dos protestos, mas acho importante deixar registrado aqui - até mesmo para que eu tenha acesso no futuro.</span><br />
<span style="color: #666666;">Acesse o post 1<a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada.html" target="_blank"> aqui</a>, o 2 <a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada-2.html" target="_blank">aqui</a>, o 3 <a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada-3.html" target="_blank">aqui</a> e o 4 <a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada-4.html" target="_blank">aqui</a>. </span><span style="color: #666666;"><b> </b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b> </b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b> Post 5 de 5.</b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b><br /></b></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small;"> </span><span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: large;"> “Cuidado, manobra à
direita” </span><o:p></o:p></span></b><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit; text-indent: 35.4pt;">Mas
nem tudo são flores e os protestos começaram a tomar rumos perigosos. O
autoritarismo se faz muito presente nos gritos de “sem partido”. Pessoas
começaram a ser agredidas simplesmente por carregarem as bandeiras que
acreditam. Não apenas de partidos, mas membros de movimentos anti racismo e
homofobia foram agredidos e terminaram seu dia de manifestação no hospital –
não por conta da polícia, mas dos próprios manifestantes! – feridos,
humilhados. Os cantos patriotas ganham cada vez mais força. Os gritos de “sem
vandalismo” ficam cada vez mais altos. Pessoas entregam flores para policiais
militares, os mesmos que massacram índios, negros e pobres desde sempre. E eu
me pergunto se esse protesto é pela pátria, ou se é pelo povo. Porque se for a
segunda opção estamos fazendo alguma coisa muito errada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Prova disso foi o que
aconteceu na Maré, quando dez pessoas foram brutalmente assassinadas. No meio
da onda de manifestações, o que poderia ter acontecido? Mais revolta, pelo
menos um milhão de pessoas nas ruas, pedidos pelo fim da PM, pelo desarmamento
da polícia, pelas vidas de todos, e não só dos filhos da classe média. Mas o
que de fato aconteceu? Uma manifestação esvaziada – <a href="http://observatoriodefavelas.org.br/categoria/noticias-analises/mare/" target="_blank">5 mil pessoas </a>, miséria perto dos 300 mil do último ato - feita, boa parte, pelos mesmos rostos, as mesmas ONGs, as mesmas pessoas tão criminalizadas quanto os dez mortos. Não vou entrar a fundo (não agora, já que o post está longo e a questão é extensa e profunda) na questão da criminalização da pobreza, no papel da classe média na legitimação de tudo que acontece, mesmo porque existem artigos excelentes tratando especificamente do assunto (manifestações, maré,criminalização da pobreza), como <a href="http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/07/tambem-somos-o-chumbo-das-balas.html" target="_blank">este</a>, de Eliane Brum (NÃO DEIXE DE ACESSAR!!).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span>
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;">Mas
o que aconteceu na Maré, da forma que aconteceu e, principalmente, quando
aconteceu, me fez questionar no que esses atos se transformaram. É apenas uma
marcha vazia contra a corrupção, pela paz, e contra tudo e todos? <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Provavelmente só
vamos ter as respostas daqui a dez anos, em algum livro de história. Mas tenho
medo do que meus filhos vão ler sobre as manifestações que participei. Será que
eles vão sentir orgulho ou a mesma vergonha que sinto ao estudar a “Marcha pela Família com Deus pela Liberdade”? </span><span style="text-indent: 35.4pt;">Espero
que as manifestações façam um contorno e encontrem um rumo melhor do que este
que estão tomando. Porque vai ser triste demais saber que um movimento que
tinha tudo pra ser tão bonito e ter tantos resultados foi desperdiçado por
conta de tanta ignorância, olhos fechados, ouvidos tapados e discursos
deturpados.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">É importante frisar que este relato possui uma espécie de "conclusão" devido ao seu recorte: ele levou em conta apenas as primeiras - e grandes manifestações - ocorridas no Rio de Janeiro, e em Niterói. Em breve terá outro post falando sobre a continuação do movimento. </span></i></div>
</div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-16744288118018559632013-07-29T12:56:00.003-03:002013-07-29T13:17:25.940-03:00A revolta será curtida e compartilhada (4)<span style="color: #666666;">Esta série de posts (que na verdade é só um, dividido para facilitar a leitura) foi um relato pessoal produzido sobre as primeiras manifestações ocorridas nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro. Ele está um pouco desatualizado, porque não leva em consideração a continuação dos protestos, mas acho importante deixar registrado aqui - até mesmo para que eu tenha acesso no futuro.</span><br />
<span style="color: #666666;">Acesse o post 1<a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada.html" target="_blank"> aqui</a>, o 2 <a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada-2.html" target="_blank">aqui</a> e o 3 <a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada-3.html" target="_blank">aqui</a>. </span><span style="color: #666666;"><b> </b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b> </b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b> Post 4 de 5.</b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b><br /></b></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<h3>
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> <span style="font-size: large;">A cobertura
midiática e a divisão do movimento</span></span></b></h3>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">A <a href="http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2013/06/vandalos-destroem-patrimonio-publico-do-rio-de-janeiro.html" target="_blank">grande mídia</a> </span><span style="line-height: 115%;">fazia questão de frisar que um <a href="http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/06/vandalos-aproveitam-protesto-no-rio-para-saquear-e-22-sao-detidos.html" target="_blank">“grupo pequeno de
vândalos”</a></span><span style="line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;"><a href="http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/06/vandalos-aproveitam-protesto-no-rio-para-saquear-e-22-sao-detidos.html" target="_blank"> </a>, </span><span style="line-height: 115%;"><a href="http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/no-rio-vandalos-estragam-a-marcha-pacifica" target="_blank">destoante da manifestação</a>, </span><span style="text-indent: 35.4pt;">estava
destruindo a cidade, patrimônio público, e que o dinheiro da reconstrução
sairia do bolso de todos nós. A necessidade de deixar claro que eram dois
grupos diferentes, com objetivos diferentes e em protestos diferentes tinha,
obviamente uma única razão: rachar o movimento.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Deixar
o movimento pacífico e passivo ter força, agregar pessoas, enquanto aqueles
considerados radicais, e depois denominados “punks” seriam cada vez mais
afastados, xingados, condenados... Presos. Eu era uma das punks então? Porque
eu estava na ALERJ. Não coloquei fogo em nada, é verdade, mas fui uma das vozes
que entoou todos aqueles gritos; uma das pessoas a fazer o cordão de
resistência que barrou a PM; uma das vândalas que portava vinagre, máscara,
óculos de proteção. E eu via que todo aquele discurso estava sendo comprado, na
fala de manifestantes que são tão do povo quanto os “punks”, que querem as
mesmas coisas que os “punks”, mas que não percebem quem é o verdadeiro vândalo
da história. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">E quem reaparece
nessa hora e demonstra seu papel fundamental? A internet. No <i>facebook</i> e no <i>youtube </i>conseguimos postar, acessar, curtir e compartilhar o outro
lado. Mostrar o abuso das autoridades, a truculência policial, as injustiças.
Contar nosso relato pessoal, ler o de pessoas que pensam como você, ou
completamente diferente. E assim criou-se uma rede espontânea de mídia
alternativa, como a <a href="http://www.facebook.com/comalternativa?fref=ts" target="_blank">Alternativa</a>, e a <a href="http://www.facebook.com/midiaNINJA?fref=ts" target="_blank">NINJA</a>. </span><br />
<div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">O <i>facebook</i>
tem papel tão importante nessa onda de manifestações que ele chegou a ficar
<a href="http://blogs.estadao.com.br/radar-tecnologico/2013/06/19/facebook-sai-do-ar-por-cerca-de-15-minutos-na-terca-feira/" target="_blank">fora do ar</a> por alguns minutos. </span><span style="line-height: 115%;">E foi desesperador. Tenho certeza que muitos se
perguntaram como saberiam as informações dos próximos atos sem ele. Mais do que
isso, como se informariam sobre todas as manifestações pelo Brasil sem ele.
Além disso, grupos foram organizados para ajudar o movimento, como o <a href="http://www.facebook.com/groups/habeascorpusrjoficial/?fref=ts" target="_blank">HabeasCorpus RJ</a>, </span><span style="text-indent: 35.4pt;">cujo
objetivo era dar auxílio jurídico àqueles que fossem presos durante os atos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /><o:p></o:p></span></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-7722622283644042222013-07-29T12:55:00.000-03:002013-07-29T13:17:35.840-03:00A revolta será curtida e compartilhada (3)<span style="color: #666666;">Esta série de posts (que na verdade é só um, dividido para facilitar a leitura) foi um relato pessoal produzido sobre as primeiras manifestações ocorridas nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro.</span><span style="color: #666666;"> Ele está um pouco desatualizado, porque não leva em consideração a continuação dos protestos, mas acho importante deixar registrado aqui - até mesmo para que eu tenha acesso no futuro.</span><br />
<span style="color: #666666;">Acesse o post 1<a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada.html" target="_blank"> aqui</a>, e o 2 <a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada-2.html" target="_blank">aqui</a>. </span><span style="color: #666666;"><b> </b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b> Post 3 de 5.</b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b><br /></b></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<h3>
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> <span style="font-size: large;">Rio de Janeiro, 17
de junho</span></span></b></h3>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"> Dois dias depois fomos à
manifestação no Rio. E do outro lado da poça eu sabia que seria diferente. Já
tinha tido uma prévia na remoção da Aldeia Maracanã, e vi que lá o Choque não
brincava de jogar bomba... Era quase guerra civil. Comprei máscara pra gás e
óculos de proteção em uma loja de segurança do trabalho, e mais uma garrafa de
vinagre. Andamos por três horas pela Avenida Rio Branco, e vibramos quando
alguém gritou que éramos cem mil nas ruas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Vi
pessoas entoando o grito do Brasil, com suas bandeiras enroladas no corpo como
um manto, e me perguntei o porquê de tanto patriotismo. Será que aquelas
pessoas entendem o que é “Ordem e Progresso”, escrito na bandeira que seguravam
com tanto orgulho? Me recusei a cantar o hino, e segui calada boa parte da
passeata, porque os gritos de ordem caiam em esquecimento quando alguém puxava
o hino nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"> Então um grupo menor destacou-se das cem mil
pessoas e seguimos em direção à ALERJ. Enquanto caminhávamos vi pessoas tirando
seus vinagres de dentro da mochila, e fiz o mesmo. Segui de mãos dadas com meu
namorado e meus amigos e já começamos a ouvir os barulhos de bomba e os gritos
de “não corre!”, por parte dos que estavam na linha de frente. Eu estava tão
revoltada que volta e meia tirava minha máscara do rosto para gritar, xingar,
espernear contra toda aquela violência por parte dos policiais, quando vi um
garoto sair carregado no colo, pois havia sido atingido por uma bala de fogo na
perna. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Foi
a vez que mais senti medo. Temi pela minha vida e pelas pessoas que estavam
comigo. Sabia que o melhor a fazer era ir embora, mas eu sentia que aquela
batalha também era minha. Por todos os absurdos que acontecem diariamente. Não
apenas comigo, classe média, que “posso pagar os quarenta centavos a mais”.
Minha revolta era por saber que a forma que a polícia estava agindo não era
exceção. Muito pelo contrário, é como age diariamente nas favelas, a diferença
é apenas no tipo de arma. Sabia que eu estava temendo pela minha vida daquela
forma, mas era pela primeira vez, enquanto aqueles que são oprimidos
provavelmente sentem isso todos os dias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Continuamos
na resistência, lutando pra respirar e não correr quando mais bombas
estouravam, e era difícil registrar tudo que estava acontecendo. Colocaram fogo
no carro ao meu lado, fizeram uma roda e dançaram. Os rostos dos policiais com
um misto de ódio e medo. De repente as bombas pararam, os sprays também, e só
os manifestantes continuavam colocando fogo em lixo, fazendo barricadas e
gritando, quase comemorando vitória, pois as armas da polícia tinham esgotado.
A ALERJ estava tomada, os policias acuados, e nós, os manifestantes, nem
sabíamos o que fazer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Eu
via toda aquela cena, todo aquele fogo, os bancos destruídos, sendo saqueados e
eu me perguntava: “como as pessoas podem condenar isso?”. Como as pessoas podem
chamar seus irmãos de luta de vândalos e questionar a quebra de impérios – como
os bancos – quando tanta vida é tirada diariamente nas favelas? Como as pessoas
se queixam de picharem prédios públicos quando centenas de pessoas foram
obrigadas a deixar suas casas por conta dos megaeventos? Como poderíamos
repreender aqueles que foram oprimidos a vida toda e, pela primeira vez,
conseguiram espaço para expressar sua revolta? Eu tive a certeza de que vândalo
é o Estado, e que você pode não concordar com a “violência” e os “atos de
vandalismo”, mas é hipocrisia dizer que não os entende.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"> Mas é mentira se eu disser que formulei tudo
isso enquanto ainda estava naquele cenário de guerra civil. Eu andei calada,
olhando pra todos os lados, provavelmente com olhos arregalados, segurando
forte a mão do meu namorado e sem acreditar que tudo aquilo finalmente estava
acontecendo no meu país. Mas o pior foi chegar em casa e assistir a cobertura
da mídia. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-22806805606223144182013-07-29T12:52:00.004-03:002013-07-29T13:18:17.037-03:00A revolta será curtida e compartilhada (2)<span style="color: #666666;">Esta série de posts (que na verdade é só um, dividido para facilitar a leitura) foi um relato pessoal produzido sobre as primeiras manifestações ocorridas nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro.</span><span style="color: #666666;"> Ele está um pouco desatualizado, porque não leva em consideração a continuação dos protestos, mas acho importante deixar registrado aqui - até mesmo para que eu tenha acesso no futuro.</span><br />
<span style="color: #666666;">Acesse o post 1<a href="http://gabigostadefalar.blogspot.com/2013/07/a-revolta-sera-curtida-e-compartilhada.html" target="_blank"> aqui</a>. </span><span style="color: #666666;"><b> </b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b> Post 2 de 5.</b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b><br /></b></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<h3>
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> <span style="font-size: large;"> Niterói – 14 de junho </span></span></b></h3>
<div>
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">No
primeiro ato, seguimos pela Avenida Amaral Peixoto, com gritos de ordem puxados
pelo carro de som. Quando este se calava, parecia uma marcha fúnebre. Era como
se aquelas pessoas precisassem de um controle, um pastor, alguém para guiar o
que deveríamos falar. Continuamos andando até a Câmara de Vereadores de
Niterói, e rapidamente tomamos conta do local. Pessoas subiram na estátua
principal, arrancaram bandeiras, e gritávamos revoltados, contra a opressão de
tantos anos. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Mas o carro de som continuava em nossos ouvidos, tentando abafar
as múltiplas e heterogêneas vozes, servindo de palanque para o “um ou outro”
partido político lá presente. Eu estava na frente, e via meus amigos, e também
desconhecidos querendo falar, tentando mobilizar as pessoas a voltarmos para o
terminal, onde alcançaríamos a verdadeira massa que sofre com o transporte
público cotidianamente. Mas alguns controlavam aquele carro, e só quem era de
seus partidos podia pegar o microfone. Entoamos um grito de “não me
representa”, e seguimos de volta para o terminal. Os manifestantes deixaram o
carro de som pra trás, e cantamos, nos ouvindo, dando as mãos para conseguir
passar com o sinal aberto, fazendo um cordão de pessoas que nunca tinham se
visto na vida, mas estavam na mesma luta. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">E
assim chegamos ao terminal, onde ficamos gritando palavras de ordem para motoristas
e cobradores que buzinavam demonstrando seu apoio, e balançavam a cabeça
negativamente quando perguntados se seus salários tinham aumentado. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">De repente um grupo de pessoas
anunciou que o choque tinha chegado, e que teríamos cinco minutos para sair das
ruas, e deixar o trânsito fluir. Alguns queriam resistir – acredito que pela
emoção do momento, pelo desejo de continuar aquela manifestação, pela
necessidade de desobedecer às ordens do Estado pelo menos uma vez na vida – mas
a maioria deixou as ruas e dispersou. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Eu
estava procurando meu grupo de amigos quando a primeira bomba de gás
lacrimogêneo estourou. Embebedei um pano de vinagre e passei no rosto, entregando
em seguida para outras pessoas que estavam em volta. Quando finalmente abri os
olhos percebi que muitos manifestantes tinham corrido para dentro do terminal,
e pensei: estão encurralados.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"> Segundos depois o choque arremessou uma bomba
dentro do terminal. Me desesperei pelos meus amigos, pelos passantes, que saíam
do lugar esfregando o rosto com as mãos, jogando água, sem saber que isso piora
o efeito do gás. Vi meu amigo reaparecer com um vidro de vinagre e sair jogando
nas pessoas, sem nem explicar a razão, e vi os rostos de questionamento e
indignação se transformarem em alívio e agradecimento em questão de segundos. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Éramos
um grupo de 12 pessoas, mas estávamos perdidos. Eu e mais três decidimos ir
embora para a Cantareira e tentar localizar os outros. Saímos do terminal e
passamos em frente ao choque, segurando seus cachorros e prontos para tacar
mais bombas ou spray de pimenta naquela população frágil e desarmada. Quando
estávamos no caminho Niemayer, percebemos que um carro do choque estava nos
seguindo. Paramos e esperamos um grupo maior se aproximar. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Quando
passamos pelos policiais, eles pediram que parássemos e revistaram meu amigo. A
primeira pergunta foi: “vocês estavam naquela manifestação, não é?”.
Imediatamente saquei meu celular e comecei a filmar a ação. Um dos policiais
fez o mesmo e disse que também me filmaria. “Mas você está em serviço, eu não”,
afirmei. “Não interessa, você tá me filmando eu vou filmar você também!”, foi o
que ele me respondeu. Felizmente tinha um advogado no grupo maior, e fomos
liberados sem grandes problemas. </span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Mas tenho uma sincera impressão que se
tivéssemos continuado - só os quatro - terminaríamos a noite na delegacia. E
essa era só mais uma prova do quão baixo os policiais escalados para reprimirem
as manifestações em todo Brasil estavam jogando. E eu sabia que era só o
começo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-74592499794002614672013-07-29T12:47:00.001-03:002013-07-29T13:17:52.253-03:00A revolta será curtida e compartilhada (1)<span style="color: #666666;">Esta série de posts (que na verdade é só um, dividido para facilitar a leitura) foi um relato pessoal produzido sobre as primeiras manifestações ocorridas nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro.</span><span style="color: #666666;"> Ele está um pouco desatualizado, porque não leva em consideração a continuação dos protestos, mas acho importante deixar registrado aqui - até mesmo para que eu tenha acesso no futuro.</span><br />
<span style="color: #666666;"><br /></span>
<span style="color: #666666;"><b> Post 1 de 5.</b></span><br />
<span style="color: #666666;"><b><br /></b></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Quando assisti
na televisão que as passagens subiriam novamente em junho deste ano, achei que
já sabia o que aconteceria. Mais uma vez uma “dúzia de gatos pingados”
organizaria uma manifestação em frente às Barcas, cantariam gritos de ordem,
segurariam cartazes e bandeiras de dois ou três partidos e buscariam apoio. Foi
assim com os últimos aumentos, tanto de ônibus quanto de barcas. Foi assim
também quando a proposta das Organizações Sociais foi votada na Câmara de
Vereadores de Niterói. E eu estava lá, com mais alguns amigos e desconhecidos,
mas sempre os mesmos conhecidos rostos, pouquíssimos lutando por todos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Mas quando assisti –
também na televisão - a onda de revoltas em São Paulo, quase entrei em êxtase.
Sem dúvida o sonho de qualquer militante que vai pras ruas é ver o povo nelas,
ocupando seu lugar, exigindo seus direitos. Em São Paulo estava muito lindo.
Apesar de toda a violência policial e tentativa por parte da mídia de
deslegitimar o movimento, este ganhava cada vez mais força, cada vez mais
adesão popular. Minha vontade imediata foi de sair correndo pra lá, pra ajudar
na resistência de um povo que finalmente tinha acordado para os abusos
fascistas do governador. Até que fui convidada para um evento no <i>facebook</i>: um ato aqui em Niterói, na
minha pequena aldeia, tão conservadora, que carrega o título de <a href="http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2011/06/27/niteroi-o-municipio-brasileiro-mais-classe-a-do-brasil/" target="_blank">cidade mais desigual do Brasil.</a></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">A grande
quantidade de pessoas confirmadas me assustou um pouco, e confesso que não
levei muita fé (em geral quando organizamos atos, manifestações, etc...
contamos com a presença de 30, 40% dos confirmados nos eventos). E qual foi
minha surpresa quando me deparei com uma multidão antes inimaginável para a
pequena Niterói? Era curiosa a quantidade de cartazes “saímos do <i>facebook</i>”, porque era verdade. Aquelas
pessoas que sempre assistiram e se revoltavam via redes sociais estavam
finalmente saindo às ruas. Estariam elas
deixando de lado o ativismo de sofá?!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"> Esse termo costuma ser rejeitado
entre as rodas daqueles que acham que tem “carteirinhas” de militante. A
verdade é que o ativismo de sofá pode ser um aliado muito importante, como se
mostrou nessa onda de manifestações. Um dos movimentos que, em minha opinião,
foi dos mais incríveis foi o <i><a href="http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/06/analistas-comparam-protestos-no-brasil-occupy-wall-street.html" target="_blank">Occupy </a>, </i></span><span style="line-height: 115%;"> </span><span style="line-height: 115%;">que muito
utilizou das redes sociais. Era uma forma de convocação, de divulgação das
atividades, de acumular pessoas, de espalhar o movimento pela rede e pelo
mundo. O que deu certo. Se pra alguns era contraditório ver pessoas lutando
contra o sistema com seus notebooks no colo durante o acampamento, pra mim – e
outras centenas - o </span><i style="line-height: 115%;">facebook</i><span style="line-height: 115%;"> tinha
virado tática de guerrilha. A questão é saber que a ferramenta deve ser
utilizada para colocar mais gente na rua, e não para que as pessoas se
aprisionem cada vez mais em casa.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span>
</span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas
manifestações pelo Brasil foi parecido. O <i>facebook</i>
serviu para convocar, e por mais que existam críticas quanto a isso, o fato é
que se a ideia era colocar uma multidão nas ruas, deu certo, até em Niterói.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-11489301682938538942013-07-29T12:40:00.002-03:002013-07-29T12:40:50.038-03:00A volta dos que não foramPois bem, o bloguinho estava abandonado, abandonado. Mas já passou da hora de voltar com ele, naquele mesmo esquema: seeeeem compromisso.<br />
<br />
Estava me sentindo meio culpada por não comentar as Manifestações de Junho (que não sei se devem ter esse nome, já que perduram, ainda que esvaziadas), e depois da grande polêmica da Marcha das Vadias neste sábado (27/07) senti necessidade de passar meu ponto de vista.<br />
<br />
A delícia do blog é poder dar meus relatos pessoais comprometida apenas com a minha visão, minha opinião, minhas crenças.. e até minhas contradições. Vocês vão notar.<br />
<br />
Quis fazer esse post em separado, mas ainda agorinha já vão entrar mais dois. Leiam, não me deixem só. :)<br />
<br />
Talvez esse retorno - dos que não foram, porque eu nunca fui. Tenho xodó por esse cantinho ainda que pequeno, (muito) pouco acessado e com um layout que me desagrada... hehe - seja breve, ou meio iô-iô, de vai e vem... vamos aguardar os próximos episódios.<br />
<br />
E se você me lê, não seja fantasma não. Dê as caras, sua opinião, nem que seja pra discordar. Prometo que vai fazer diferença.<br />
<br />
<br />
-<br />
<br />
Pra embalar as próximas leituras... <a href="http://www.youtube.com/watch?v=eVg2tr5-v8c">http://www.youtube.com/watch?v=eVg2tr5-v8c</a>Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-23270962193717267202013-03-30T20:03:00.001-03:002013-03-30T20:04:40.290-03:00Reflexão sobre a lei seca<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: #999999; font-size: small;">Este artigo foi escrito por mim (Gabriela Vasconcellos) e Marcela Macêdo para a disciplina de Jornalismo e Criminologia da Universidade Federal Fluminense.</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Desde
pequenos ouvimos que quem tem um carro possui, de alguma forma, uma arma;
quando ficamos mais velhos, esse discurso começa a ser reiterado pelos pais,
preocupados não só com a integridade física e moral de seus filhos, mas com a
das possíveis vítimas. E de fato somos em algum sentido obrigados a concordar,
se levarmos em conta as atrocidades que podem ser cometidas por quem dirige.
Cotidianamente presenciamos discussões de trânsito devido a alguma
“barbeiragem” de algum motorista. Elas podem incluir desde um avanço de sinal
até uma ultrapassagem mal feita. É difícil saber se são cometidas por pessoas
que simplesmente pagaram por sua carteira de habilitação, ou ainda por pessoas
que acreditaram sair da autoescola sabendo dirigir, ou ainda pior, por pessoas
que nem mesmo a carteira possuem.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Acidentes acontecem todos os dias e
infelizmente também todos os dias os mesmos geram vítimas. O grande problema é
quando somente uma causa é atribuída a essa questão. A incontrolável
necessidade da sociedade em geral, com ênfase na grande mídia, de procurar
incessantemente por culpados para cada folha que cai no chão ganha agora os
acidentes de trânsito. O culpado da vez: o álcool. O álcool que é responsável
por todas as irresponsabilidades cometidas pelos motoristas do Brasil. A partir
dessa premissa dita inquestionável, nega-se ou pelo menos se omite todos os
outros culpados (se é que se pode usar diretamente essa palavra) pelos tais
acidentes.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma causa natural que quase não é
citada é a distração. A distração que pode ser dada de diversas maneiras, como
uma simples troca de estação no rádio, ou uma conversa com quem está no banco
do carona, ou pelo sono. Há ainda outra causa decorrente de fatores externos,
como um pedestre irresponsável ou um animal na pista. É impossível discorrer
sobre todos os motivos que podem levar a um acidente. No entanto, é inegável
que a mídia abstrai alguns motivos porque naturalmente estes convêm ser
abstraídos. Ou seria interessante para as grandes empresas que a venda de
celulares seja prejudicada por simplesmente distrair a atenção de pedestres? Ou
pegando ainda um exemplo mais rasteiro: alguém já parou para pensar com que
propósito estariam aqueles imensos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">outdoors</i>
fazendo publicidade em locais que quase não passam pedestres há não ser ganhar
a atenção dos motoristas?</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No entanto é mais fácil colocar toda
a culpa no álcool, a bola da vez; e para tentar reprimi-lo a ideia mais
brilhante em forma de lei: a Lei Seca.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">Histórico</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">A
Lei Seca Norte Americana entrou em vigor no ano de 1920, através da 18ª emenda
à Constituição, que proibia a fabricação, o transporte, a comercialização,
exportação, importação e o consumo de bebidas alcoólicas dentro do país. A
medida visava acabar com a pobreza e a violência, pois a bebida era vista como
a responsável por todos os males que afligiam os EUA. A grande desculpa para o
governo implementar a Lei era poupar os cidadãos, protegê-los dos perigos do
álcool.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Encontramos
aí a grande coincidência, além do nome, que nos fez utilizar neste artigo uma
comparação entre as duas leis secas, separadas por quase duas décadas de
distância (se comparada à lei que está vigente no atual momento no Brasil, de
2012), mas cujo objetivo, teoricamente, é proteger os cidadãos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">No
Brasil, a primeira lei a condenar o uso de álcool no volante veio em 1967, com
o Código de Trânsito. Embriaguez ao volante (considerada a partir de seis
decigramas de substância etílica por litro de sangue) seria considerada uma
infração administrativa. É importante frisar que tal concentração só poderia
ser comprovada através do bafômetro ou de exames de sangue, devidamente
autorizados pelo motorista.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Apenas
em 2006 a
lei foi revista e sofreu uma alteração radical: não se fazia mais necessário
uma medida quantitativa da substância etílica, apenas a identificação de que o
motorista dirigia sob influência de bebidas alcoólicas. Em 2008, a lei foi editada,
desta vez no que toca as consequências aos cidadãos que a descumprem. Sob o
nome de lei seca, pregando a “tolerância zero” para a combinação volante <i style="mso-bidi-font-style: normal;">mais</i> álcool, o modelo falido, de
quantificar a quantidade de álcool por litro de sangue voltou à vigência. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Dois
anos depois, em 2010, a
fiscalização se intensificou muito, através das “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">blitzes</i>” facilmente identificáveis por balões com os dizeres “Lei
Seca”, e no final de 2011 a
lei sofreu mais alterações. Ficou estabelecido que motoristas com nível de
álcool acima do permitido (0,1 mg/l de sangue) teriam que pagar multa, além de
ter o carro apreendido e perder a habilitação.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Além disso, acima de 0,3 mg por litro de sangue, o motorista poderia
pegar de seis meses a um ano de detenção. Em dezembro de 2012, a lei sofreu nova
alteração. O valor da multa aumentou consideravelmente, mas outra mudança
também chamou atenção: agora, o bafômetro não é o único meio de comprovar a
embriaguez. Nem o exame clínico. Um mero vídeo ou uma prova testemunhal são
considerados válidos para enquadrar um motorista como inapto a dirigir um
veículo por ter consumido bebida alcoólica. Este modelo é o que está vigente
hoje.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Outra
coincidência interessante entre as duas leis secas toca no aspecto religião. No
Brasil, o autor da lei é o deputado Hugo Leal (PSC-RJ). O partido do deputado é
um dos mais notáveis dentro da bancada evangélica no Congresso Nacional. Já nos
EUA, a Igreja teve forte influência para a proibição das drogas, sempre pautada
em princípios morais.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">Por trás das boas
intenções</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">É
importante analisarmos as coisas a fundo e buscar entender as motivações por
trás dos panos, das boas intenções. Tanto no caso norte-americano quanto aqui
no Brasil, é possível identificar questões econômicas e políticas.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">No
caso dos EUA, precisamos tomar como partido o forte nacionalismo presente no
país, principalmente naquela época (1920-1934). As pessoas que se beneficiavam
do comércio de bebidas alcoólicas eram, em sua grande maioria, imigrantes. A
cerveja, o vinho, o rum, ou seja, as bebidas que eram consumidas na época eram
típicas de outros países e consideradas como um mal, ou seja, um desvio que não
deveria estar presente na sociedade. Mais tarde, Durkheim desconstroi essa
teoria, como afirma Baratta:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">“A teoria
estrutural-funcionalista de Durkheim e, depois, de Merton, rejeitaria o
princípio do bem e do mal: o desvio seria fenômeno normal em determinados
limites, funcional para o equilíbrio social e reforço do sentimento coletivo,
anormal apenas na hipótese de anomia, caracterizadas por desequilíbrios na
distribuição de meios legítimos para realizar metas culturais de sucesso e
bem-estar.” </span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">(BARATTA, 1999, p.10)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Por
conta das guerras que o país participou, fez-se necessário poupar diversos
produtos que eram matérias primas das bebidas. Os interesses dos donos das
fábricas sobressaiam frente ao governo, portanto, ambos queriam aumentar a
produtividade nas fábricas, e viam no álcool um obstáculo. Os proletários
faziam uso da bebida para fugir da realidade, uma prática comum em diferentes
países desde a revolução industrial.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Ainda
na questão do nacionalismo, o país possuía (como ainda possui) um medo tremendo
do chamado “antiamericanismo”. Com o fortalecimento da causa operária, os
partidos de esquerda começaram a se multiplicar, com a presença de inúmeros
imigrantes. O governo passou a implementar uma série de medidas para controlar
esse “antiamericanismo”, entre elas a Lei Seca.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Já
no caso brasileiro, é fácil perceber que um dos grandes objetivos do governo ao
instituir a lei seca foi a arrecadação. A multa, que em 2011 passou a ser
R$957,70 e agora é R$1915,30, gerou, apenas no primeiro dia da operação no
estado do Rio, mais de 135 mil reais, seguindo a premissa do sistema
capitalista de privilegiar a classe superior.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">“Assim, a seleção
legal de bens e comportamentos lesivos instituiria as desigualdades simétricas:
de um lado, garante privilégios das classes superiores com a proteção de seus
interesses e imunização de seus comportamentos lesivos, ligados à acumulação capitalista;
de outro, promove a criminalização das classes inferiores, selecionando
comportamentos próprios desses segmentos sociais em tipos penais.” </span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">(BARATTA,
1999, p.15)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small; line-height: 115%;">Segundo reportagem publicada em O Dia na última segunda-feira, 18,
em quatro anos de vigência da lei no estado do Rio,<span class="apple-converted-space"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% white;"> </span></span><span style="background: none repeat scroll 0% 0% white;">1.075.566 motoristas foram parados nas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">blitzes</i>, dos quais foram 204.563
multados. Co</span>locando uma média de 980 reais a multa (sem considerar o
valor alterado, que é muito recente), o gigantesco número de motoristas
multados <span style="background: none repeat scroll 0% 0% white;">representa um ganho de mais de duzentos
milhões de reais, apenas no estado do Rio, em quatro anos. Divididos por mês,
representaria uma receita de mais de quatro milhões por mês. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Além disso, é importante citar que o
valor da multa foi alterado em meados de dezembro do ano passado, em plena
época de festas (natal, réveillon e, é claro, carnaval), onde os acidentes nas
estradas crescem consideravelmente e, junto com isso, a arrecadação do governo.
Não só o aumento aconteceu em uma época interessante, como a porcentagem de
aumento foi assustadora – mais de 100%.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">Dados e Números</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Acidentes
de trânsito são uma das maiores de causas de óbitos no Brasil. Segundo dados do
Ministério da Saúde, em 2010 mais de 43 mil pessoas morreram decorrentes de
acidentes de transporte, o que equivale a quase 110 pessoas por dia.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Foi
divulgado, em fevereiro deste ano, um estudo feito p<span style="background: none repeat scroll 0% 0% white;">elo Ministério da Saúde que mostra que uma em cada cinco vítimas de
trânsito atendidas nos prontos-socorros brasileiros ingeriram bebida alcoólica. </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="background: none repeat scroll 0% 0% white; font-size: small; line-height: 115%;">Nesse sentido, a Lei Seca aparece como excelente medida para
prevenir os acidentes fatais nas estradas brasileiras. Um exemplo é que l</span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">ogo
no ano de sua reformulação, 2008, a Lei Seca “tolerância zero” reduziu em 6,2%
o número de acidentes no trânsito em todo país, se comparado ao mesmo período
do ano anterior. A queda de óbitos foi ainda maior: redução de 7,4%.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">O
Rio de Janeiro é o estado brasileiro que possui o título de campeão de
resultados. Em 2007, antes da Lei Seca, os números eram assustadores: 983
pessoas morreram apenas na capital do estado. Em 2009, já com a Operação,
implementada em março, esse número caiu para 676, ou seja, uma redução de mais
de 30% em dois anos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"> <span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No carnaval deste ano, 2013, com a
Lei Seca sendo a mais rigorosa de todos os tempos, os resultados também são
relevantes: nos três primeiros dias de folia, o número de mortes nas rodovias
federais caiu 25,4% em relação ao mesmo período de 2011, quando a multa ainda
era de R$955,00.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 3;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">Credibilidade </span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Apesar
de os resultados parecerem ótimos, é necessário pensarmos na credibilidade
desta lei.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">O
primeiro ponto a ser tocado é a relativa facilidade em burlar a blitz, pelo
menos no Rio de Janeiro. O microblog <i style="mso-bidi-font-style: normal;">twitter</i>
avisa aos seus 470 mil seguidores onde estarão os carros que fiscalizam
motoristas. Assim, já é de praxe nas saídas dos bares, restaurantes e boates
homens e mulheres pegarem seus <i style="mso-bidi-font-style: normal;">smartphones</i>
para, só depois de conferir o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">twitter</i>
da Lei Seca, escolher seu trajeto. Algumas vezes, obviamente, não dá pra fugir e
o jeito é pegar um táxi. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Outro
ponto é a forma de seleção dos motoristas que vão ser parados. Baseados em que
os agentes da Lei Seca escolhem suas “vítimas” a serem fiscalizadas? No tipo do
carro, na “cara” do motorista, na quantidade de pessoas que estão sendo
transportadas? Tudo é muito nebuloso e sem grandes definições, o que nos faz
pensar que elas simplesmente não existem.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">A
alteração na lei, em dezembro de 2012, abriu precedência para outra questão que
pode afetar a credibilidade. A possibilidade de um vídeo e/ou testemunho
servirem como prova. Dessa forma, o motorista se vê na palma da mão dos agentes
da Lei Seca, que podem chantageá-lo ou simplesmente forjar uma prova por alguma
razão. Além disso, aumenta-se consideravelmente a possibilidade de pagamentos
de suborno, prática que sabemos, é muito comum em todo país. Existe também a
questão do perigo de não saber de que formas o vídeo pode ser utilizado. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">Insuficiência x
exagero?</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por conta de tudo que foi citado
acima, fica fácil assumir uma postura de que a lei seca brasileira é
insuficiente para dar conta da prevenção de acidentes no trânsito. No entanto,
é considerada uma das mais rigorosas do mundo. Por isso temos esse paradoxo: a
lei seca é insuficiente ou é “exagerada”?</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Medir a quantidade de álcool no
sangue do indivíduo, assumir a premissa de que ele está embriagado e que tal
fato gerará determinadas reações em seu sistema nervoso, com determinadas
consequências para o trânsito, como tirar a vida de pessoas, é negar o que já é
comprovado há muito pela ciência: que cada organismo reage de maneira diferente
a situações diferentes, inclusive no que diz respeito às bebidas alcoólicas.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo
porque não há dúvidas de que existem outros fatores que podem causar acidentes
no trânsito. E aqui, não nos referimos somente a outras “drogas”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(Por drogas entende-se, segundo a definição
da medicina, todo tipo de substância capaz de alterar as funções de organismos
vivos). O próprio stress no trânsito, a desatenção, o uso do celular, do rádio,
da TV, a falta de fiscalização no veículo, as poucas horas de sono e outras
tantas coisas podem ser as causas dos acidentes que ocorrem nas rodovias cotidianamente.
Todos esses exemplos e muitos outros (uso de cocaína, maconha, heroína, etc.)
podem ou não alterar a atenção, o reflexo e a agilidade do motorista.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Apesar
disso, precisa-se levar em consideração que criar leis para prevenir todo e
qualquer tipo de acidente faria com que nosso Estado se tornasse cada vez mais
punitivo. Insistir na punição pode ser um erro, quando já está provado que ela
traz efeitos muitas vezes catastróficos.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">O Proibicionismo</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pode-se considerar que o
proibicionismo teve sua origem nos Estados Unidos, em 1909, quando o consumo do
ópio foi proibido.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A cocaína e a heroína
seguiram pelo mesmo caminho logo em 1914, e em 1919 foi aprovada a Lei
Seca.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esta última foi considerada o maior
fracasso legislativo de todos os tempos. A proibição aumentou os bares
clandestinos e também criou os grandes chefes da máfia (como Al Capone).
Pode-se dizer que foi a partir dela que o crime organizado teve início. Isso
porque a lei foi ignorada por diferentes setores da sociedade, inclusive por
pessoas que antes não consumiam bebidas alcoólicas, mas que com a proibição
passaram a se sentir instigadas a consumir. Em 1933 o então presidente Franklin
Roosevelt reconheceu a ineficiência da lei e a aboliu e, assim, boa parte do
crime organizado norte americano foi á falência.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas as consequências da proibição
ultrapassaram fronteiras: países como Colômbia, Peru e Bolívia se tornaram a
casa de gigantescos grupos que traficavam drogas para abastecer o mercado norte
americano.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aqui cabe retomar o que foi dito
quando fizemos o histórico da Lei Seca. Todas as medidas proibicionistas, tanto
nos EUA quanto no Brasil, tiveram um caráter de repressão às minorias,
principalmente imigrantes, negros e pobres. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Neste momento, discute-se em todo o
mundo a questão da legalização das drogas. Alguns países já avançaram na
discussão, outros já legalizaram a maconha, por exemplo. Aqui no Brasil, a
discussão ainda rasteja pautada em princípios morais – os mesmos que foram fundamentais
para a criação da lei seca nos EUA.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já é comprovado que quem mais se beneficia com
a proibição das drogas é o traficante, e que esta é uma guerra perdida, pois o
ser humano sempre utilizou drogas e sempre vai criar maneiras de continuar utilizando.
Obviamente a discussão deste artigo não é sobre a liberação de drogas, mas é
importante pensar em como o Estado brasileiro controla a vida privada de seus
cidadãos, e que isto pode se mostrar eficaz num primeiro momento, mas depois o
indivíduo vai descobrir formas de continuar fazendo aquilo que quer, burlando a
lei e, assim, tornando-se um criminoso.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O problema não está na droga em si,
e, portanto, ela não pode nem deve ser considerada a causa dos males, incluso
os acidentes de trânsito. Os problemas relacionados à droga decorrem da
ausência de políticas públicas no campo da educação, saúde e igualdade social,
e no caso da Lei Seca não é diferente.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A guerra às drogas, em suas mais
diferentes esferas, já se mostrou ineficaz. O crime organizado, o “jeitinho”, o
suborno, o tráfico, etc. são consequências negativas de uma política restritiva
que visa prevenir o imprevisível – controlar o ser humano, suas ações e
emoções; prever o futuro, quantificar riscos e punir sem educar.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">O papel da Mídia e a
Cobertura Midiática</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Cabe a nós, jornalistas, questionar
o papel da mídia nesse processo. Analisando historicamente, ela foi uma das
principais responsáveis por legitimar essa política de proibição. As
propagandas veiculadas sempre “vilanizaram” as drogas e eram, e ainda são
responsáveis por criar e manter uma sensação de medo e insegurança constante na
população. É interessante, inclusive, observar a repetição de discursos: na
década de 20, a droga considerada destruidora de lares, responsável por criar
comportamentos violentos nos homens era a maconha. A heroína e cocaína também
já tiveram esse destaque. Agora não é difícil descobrir qual é o grande vilão:
o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">crack</i>, sob os mesmos argumentos.
Baratta atenta a esse aspecto:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“(...) A teoria descreveria os
mecanismos de criminalização e estigmatização, mas não explicaria a realidade
social nem o significado do desvio, dos comportamentos socialmente negativos e
da criminalização- justificando, portanto, a crítica de parecer a outra cara da
ideologia oficial.” (BARATTA, 1999, p.10)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Numa posição mais discreta,
encontramos a mesma mídia vangloriando a Lei Seca, colocando-a num patamar
acima de críticas e questionamentos, uma vez que seus ganhos foram muito
grandes (em termos de vida). Isto representa um grande impedimento para que não
só a nossa constituição, mas o debate possa avançar.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Além disso, o velho ponto do papel
que a mídia precisa cumprir na educação e conscientização acaba sendo deixado
de lado. Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter sancionado a nova lei seca
em plena época de festas (dezembro de 2012), a medida não foi acompanhada de
uma campanha de conscientização, mesmo sendo comprovado que o número de
acidentes nas estradas cresce consideravelmente nesta época do ano.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma
das razões pode ser a ineficácia da propaganda de conscientização do trânsito.
De fato, tais propagandas nunca tiveram muito apelo perante a população. No
entanto, a ineficácia das propagandas de conscientização, se contrapõe com a
mesma ineficácia de colocar apenas no final dos grandes comerciais de cerveja o
“se beber não dirija”. Essa frase, que aparece como detalhe, é muito
insignificante perto do restante do comercial, onde homens e mulheres aparecem
felizes sempre com um copo de bebida alcoólica na mão, sendo esta indispensável
em qualquer ambiente onde o objetivo é se divertir. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nesse sentido, a mídia, que não quer perder
seus grandes anunciantes, torna-se ainda mais cruel, afinal, morte é notícia,
acidente de carro é notícia. A redução de acidentes também é notícia, mas apenas
quando se tem uma causa conhecida, causa esta que a mídia consiga identificar e
explicar. A Lei Seca, portanto, foi a saída perfeita. Um prato cheio para a
mídia sensacionalista que começou a filmar e publicar famosos e não famosos se
recusando a fazer o teste do bafômetro, ou flagrados, ou fugitivos da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">blitz</i>. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">O Caso específico</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A prova de que
leis preventivas não podem salvar o planeta dos acidentes de trânsito é o
recente caso noticiado pela mídia do jovem ciclista atropelado na Avenida
Paulista, em São Paulo. David Santos Sousa pedalava em direção ao trabalho
quando foi surpreendido por um carro, dirigido por outro jovem que voltava de
uma boate. A polícia que investigou o caso visitou a boate onde o responsável
pelo acidente esteve e ao ter acesso à conta paga pelo motorista Alex Siwek,
constatou que o mesmo havia ingerido álcool antes de dirigir.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que mais chocou
nesse caso não foi o fato de um ciclista ter sido atropelado. Isso acontece
todos os dias. O grande diferencial foi que, com o impacto do acidente, o braço
de David foi amputado e Alex, desesperado, jogou o membro num córrego. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tal fato foi
visto como crueldade, sangue frio e as hipóteses de que Alex não estaria em seu
estado normal começaram a ler levantadas por parte do público indignado.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nessas horas a
indignação, somada à cobertura midiática, faz com que a população clame por
mais rigor, por medidas cada vez mais punitivas e restritivas, como prevê a
sociologia jurídica, segundo Baratta:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">“(...) entram, por
exemplo, no campo da sociologia jurídica, o estudo da ação direta e indireta de
grupos de interesse na formação e aplicação do direito, como também a reação
social ao comportamento desviante, enquanto precede e integra, como controle
social não-institucional, o controle social do desvio, por meio do direito e
dos órgãos oficiais de sua aplicação.” </span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">(BARATTA, 1999,
p.22-23)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O povo e a mídia
tornam-se um coro que clama por justiça a qualquer custo, o que constitui uma
pressão não só sobre os policiais, os agentes da Lei Seca e o governo, mas
sobre a própria constituição que, apesar de ser avançada (não possui pena de
morte, por exemplo) ainda não é suficientemente inclusiva.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">Conclusão</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Assim
podemos refletir sobre a real eficácia de uma Lei que não consegue e jamais
conseguirá impedir os acidentes de trânsito em sua totalidade, tendo em vista
que é impossível realizar o teste do bafômetro com todas as pessoas que passam
pela blitz, ou ainda com todos os condutores de veículos que saem de uma
noitada, por exemplo. </span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
iluminismo já havia trazido a premissa de que o indivíduo é um ser racional,
logo possui livre arbítrio para tomar decisões e assumir suas responsabilidades
decorrentes das mesmas. Nesse sentido, mesmo que o ideal é que haja esforço da
sociedade para prevenir o delito, (como pregava o filósofo Giandomenico
Romagnosi) visando o melhoramento das condições de vida social, as leis
preventivas não podem garantir que o delito não seja cometido. Barrata também
enfatiza isso em seu texto, explanando a posição de Francesco Carrara:</span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-size: small;">“O
delito, como ação, é para Carrara e para a Escola clássica um ente
juridicamente qualificado, possuidor de uma estrutura real e um significado
jurídico autônomo, que surge de um princípio por sua vez autônomo,
metafisicamente hipostasiado: o ato da livre vontade de um sujeito.” (BARATTA,
1999, p.38)</span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
Lei Seca, portanto, é uma medida preventiva, que não leva em conta a
individualidade das pessoas e a forma como o álcool, em seus diferentes níveis,
atua em seus organismos. Determinada quantidade da substância (como, por
exemplo, 6mg por litro de sangue) não pressupõe determinada alteração no
cérebro, são apenas possibilidades.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="color: black; font-size: small;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sem contar
que o pagamento de multa como forma de punir o transgressor não garante que o
mesmo não repita a ação. Prova disso é que existe a multa por reincidência
(que, inclusive, custa mais de três mil reais). Isso faz com que a lei seja
insuficiente para aqueles que cometem o crime e, ao mesmo tempo, traz sérios
problemas àqueles que não o cometem. </span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; mso-tab-count: 1;"> </span><span style="font-size: small;">O sociólogo Émile Durkheim já dizia
que quanto mais restritiva uma sociedade é, mais ela é atrasada. Isso porque
uma sociedade muito desenvolvida possui uma consciência coletiva bem elaborada,
em que os indivíduos conseguem pensar no bem maior de maneira semelhante. </span></span></div>
<div style="line-height: 115%; mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
solução poderia ser a busca de uma conscientização no trânsito. Não somente
através das campanhas publicitárias, mas de um real processo de educação que a
lei preventiva não dá; ao contrário do que afirmavam a Escola Clássica e a
Escola Positivista em seus ideais do Princípio da finalidade ou da prevenção na
defesa social.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“A pena não tem, ou não tem somente,
a função de retribuir, mas a de prevenir o crime. Como sanção abstratamente
prevista pela lei, tem a função de criar uma justa e adequada contramotivação
ao comportamento criminoso. Como sanção concreta, exerce a função de
ressocializar o deliqüente.” (BARATTA, 1999, p.42)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-pagination: none; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas, conscientes de que esta é uma
medida de longo prazo, faz-se necessário pensar em algo que tenha eficácia mais
imediata, mas que ao mesmo tempo não entre tanto em conflito com o que foi dito
neste artigo. Para tanto, poderiam ser buscadas outras formas de avaliar o
motorista, que testassem reflexos e agilidade, que, como foi dito, podem ser
afetados por outros fatores, não necessariamente substâncias químicas.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><span style="text-decoration: none;"><br /></span></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;">Bibliografia:</span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="line-height: 115%;"><br /></span></u></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">BARATTA, Alessandro. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Criminologia crítica e crítica do direito penal</b>. Revan, 1999. </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">SOUZA, Rainer.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Lei
Seca dos EUA.</b> Disponível em: < </span><span style="font-size: small;"><a href="http://www.mundoeducacao.com.br/historia-america/lei-seca-dos-eua.htm"><span style="line-height: 115%;">http://www.mundoeducacao.com.br/historia-america/lei-seca-dos-eua.htm</span></a><span style="line-height: 115%;">>
Acesso em março de 2013.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">MÖDERLER, Catrin. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1917: Apresentado o projeto da Lei Seca nos EUA.</b> Disponível em:
< </span><span style="font-size: small;"><a href="http://www.dw.de/1917-apresentado-o-projeto-da-lei-seca-nos-eua/a-319341"><span style="line-height: 115%;">http://www.dw.de/1917-apresentado-o-projeto-da-lei-seca-nos-eua/a-319341</span></a><span style="line-height: 115%;">
> Acesso em março de 2013.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 115%;">Lei
Seca.</span></b><span style="line-height: 115%;"> Disponível em < </span><a href="http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/lei-seca.htm"><span style="line-height: 115%;">http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/lei-seca.htm</span></a><span style="line-height: 115%;">>
Acesso em março de 2013.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 115%;">O
que foi a Lei Seca.</span></b><span style="line-height: 115%;"> Disponível em <</span><a href="http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-foi-a-lei-seca"><span style="line-height: 115%;">http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-foi-a-lei-seca</span></a><span style="line-height: 115%;">>
Acesso em março de 2013.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">MARQUES, André. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A
Nova Lei Seca.</b> Disponível em <</span><span style="font-size: small;"><a href="http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2012/12/28/a-nova-lei-seca/"><span style="line-height: 115%;">http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2012/12/28/a-nova-lei-seca/</span></a><span style="line-height: 115%;">>
Acesso em março de 2013.</span></span></span></div>
<h1>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">COSTA,
Aldo de Campos. </span><span style="font-size: small;">Lei Seca: alcoolemia
zero, punibilidade também.<span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"> Disponível em < </span><a href="http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/80602/lei-seca-alcoolemia-zero-punibilidade-tambem-aldo-de-campos-costa"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/80602/lei-seca-alcoolemia-zero-punibilidade-tambem-aldo-de-campos-costa</span></a><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">>
Acesso em março de 2013.</span></span></span></h1>
<h1>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">RUFFO,
Gustavo Henrique</span><span style="font-size: small;">. Governo engrossa a
multa da Lei Seca, mas não busca prevenir o problema. <span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Disponível
em <</span><a href="http://www.jalopnik.com.br/governo-engrossa-a-multa-da-lei-seca-mas-nao-busca-prevenir-o-problema/"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">http://www.jalopnik.com.br/governo-engrossa-a-multa-da-lei-seca-mas-nao-busca-prevenir-o-problema/</span></a><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">>
Acesso em março de 2013</span></span></span></h1>
<h1>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Primeiro dia de tolerância zero da Lei Seca
tem 71 multados no Rio.<span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"> Disponível em <</span><a href="http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/01/primeiro-dia-de-tolerancia-zero-da-lei-seca-tem-71-multados-no-rio.html"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/01/primeiro-dia-de-tolerancia-zero-da-lei-seca-tem-71-multados-no-rio.html</span></a><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">>
Acesso em março de 2013</span></span></span></h1>
<h3>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><a href="http://odia.ig.com.br/portal/rio/lei-seca-avan%25C3%25A7a-em-quatro-anos-mas-justi%25C3%25A7a-pisa-no-freio-1.562258" target="_blank"><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; text-decoration: none; text-underline: none;">CRUZ, Adriana. </span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; text-decoration: none; text-underline: none;">Lei Seca avança em
quatro anos, mas Justiça pisa no freio. </span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; text-decoration: none; text-underline: none;">Disponível em <</span><span style="background: white; color: #0068cf; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">http://odia.ig.com.br/portal/rio/lei-seca-avan%C3%A7a-em-quatro-anos-mas-justi%C3%A7a-pisa-no-freio-1.562258</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold;">> Acesso em março de 2013</span></span></span></h3>
<h2>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">COSTA, Andrew. </span><span style="font-size: small;"><a href="http://enecos.org/legalizacao-das-drogas-uma-resposta-a-falencia-da-politica-proibicionista/"><span style="font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-style: italic;">Legalização das drogas, uma resposta à falência da política
proibicionista</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; font-style: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-style: italic;">. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">Disponível em <</span><a href="http://enecos.org/legalizacao-das-drogas-uma-resposta-a-falencia-da-politica-proibicionista/"><span style="font-size: 12.0pt; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">http://enecos.org/legalizacao-das-drogas-uma-resposta-a-falencia-da-politica-proibicionista/</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 115%; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">> Acesso em março de 2013</span></span></span></h2>
<h1>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">COSTA,Luciano
Martins. </span><span style="font-size: small;">Álcool e mídia, tudo a ver.<span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">
Disponível em <</span><a href="http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/alcool_e_midia_tudo_a_ver"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/alcool_e_midia_tudo_a_ver</span></a><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">>
Acesso em março de 2013</span></span></span></h1>
<h1>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">THOMÉ,
Clarissa.</span><span style="font-size: small;"> Lei Seca reduz em 6,2%
acidentes no trânsito, diz Ministério da Saúde. <span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Disponível em <</span><a href="http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,lei-seca-reduz-em-62-acidentes-no-transito-diz-ministerio-da-saude,568699,0.htm"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,lei-seca-reduz-em-62-acidentes-no-transito-diz-ministerio-da-saude,568699,0.htm</span></a><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">>
Acesso em março de 2013. </span></span></span></h1>
<h1>
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">FAVERO,
Daniel. </span><span style="font-size: small;">Após 3 anos, Lei Seca não reduz o
nº de mortes no trânsito.<span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"> Disponível em <</span><a href="http://noticias.terra.com.br/brasil/apos-3-anos-lei-seca-nao-reduz-o-n-de-mortes-no-transito,57d9eb5e3abda310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html"><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">http://noticias.terra.com.br/brasil/apos-3-anos-lei-seca-nao-reduz-o-n-de-mortes-no-transito,57d9eb5e3abda310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html</span></a><span style="font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">>
Acesso em março de 2013. </span></span></span></h1>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-16638528558014917792013-02-06T11:38:00.004-02:002013-02-06T11:38:59.525-02:00Resenha: O menino do pijama listrado (livro)<span style="color: #999999;">Lei de Murphy sempre me acompanhando. Fiquei quase 1 mês sem postar e falei que voltaria em breve, e hoje, dois dias depois, estou de volta. hehehehe.</span><br />
<br />
<span style="color: #999999;">Não resisti. Tive que dar uma pausa na correria do dia-a-dia para compartilhar minhas impressões sobre esse livro fininho, que foi devorado pela minha pessoa. Então vamos ao que interessa.</span><br />
<span style="color: #999999;"><br /></span>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtn72EPBoVS2VidJ4wsE7_8rnv5ipSEKvoGdgoFfcCPTjWXC5_bDSAxW_Egu405M51hromFHNdhM6QyWYre4FWxzRrrVaweXys298URiFeZP318IK2rfzaWJ8bmgf7-mravYIOvb-BjxLB/s1600/O+menino+do+pijama+listrado.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtn72EPBoVS2VidJ4wsE7_8rnv5ipSEKvoGdgoFfcCPTjWXC5_bDSAxW_Egu405M51hromFHNdhM6QyWYre4FWxzRrrVaweXys298URiFeZP318IK2rfzaWJ8bmgf7-mravYIOvb-BjxLB/s320/O+menino+do+pijama+listrado.jpg" width="212" /></a>O Menino do Pijama listrado conta a história de um menino de 9 anos, Bruno, que vivia na Alemanha, em Berlim, na época do Nazismo. O menino se vê obrigado a deixar sua casa, de que ele tanto gostava e, por ser apenas uma criança, não recebe nem mesmo uma explicação. Bruno não tinha conhecimento de nada: a profissão do pai, o momento político e o drama que seu país vivia. Após a mudança, ele fica muito insatisfeito com a nova casa, por ser menor e muito diferente de onde ele vivia antes, além de ter deixado seus amigos para trás.<br />
<br />
Convencido de que vai ter que se acostumar ao local, afinal, a profissão do pai era a coisa mais importante e ela tinha mandando sua família para aquele lugar, Bruno busca maneiras de melhorar a situação. Um dia resolve caminhar e acaba conhecendo um menino, Shmuel, um judeu que estava num campo de concentração. Os meninos desenvolvem uma amizade muito bonita, afinal, são crianças inocentes que não possuem preconceito e nada sabem sobre o que era pregado: a superioridade da raça ariana. Pelo contrário, os meninos se identificam muito, se acham parecidos e tem algumas coincidências.<br />
<br />
Obviamente não é uma história infantil, afinal, o tema é muito forte, muito doloroso. No entanto, a história é bonita, pois nos é passada pela visão inocente e carinhosa de Bruno, que acaba se apegando fortemente a Shmuel. O autor, John Boyne, é de uma sutileza impressionante. No decorrer do livro vamos percebendo indícios sobre o que se trata a história. Em momento algum (que eu me recorde pelo menos...) o nome de Hitler é citado. A palavra "judeus" só aparece no final do livro e essa sutileza é que o torna digerível. O autor foi muito feliz na escolha dos personagens porque fez de um tema doloroso e desgastado um livro incrível, doce, triste e muito, muito bonito.<br />
<br />
<br />
<span style="color: #741b47; font-size: large;">Nota: 10. </span><br /><br />Ps: Tem filme também, mas não assisti. Vou ver se faço isso no carnaval e atualizo com uma comparação.<br />
<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-58423465042534969032013-02-04T14:46:00.003-02:002013-02-04T14:47:13.622-02:00Obrigatoriedade, rotina e falta de tempo - em resuminho.Lispector foi tão compartilhada nas redes sociais que virou clichê. Ficou meio feio gostar dela, de suas frases, além de correr o risco de que a frase que você gostou tanto e compartilhou super contente... não pertencer a ela. :(<br />
<br />
Virou lugar comum, coitada.<br />
<br />
Mas retorno aqui, depois de muito tempo, para parafrasea-la e justificar minha ausência: Não tenho tempo pra mais nada... ser aspirante a jornalista me consome muito.<br />
<br />
E é muito bom que esteja sendo assim.<br />
<br />
Tem muitos assuntos que eu queria escrever, mas jornalismo tem disso... timing. Então quando eu tiver tempo posso fazer um balanço geral... ou não.<br />
<br />
Na verdade uma das coisas boas desse cantinho é justamente a não obrigatoriedade. A falta de rotina. Rotina cansa, e cansa muito.<br />
<br />
Apesar do cansaço, eu volto! Em breve. :)Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-45237772598747412652013-01-14T11:45:00.001-02:002013-01-17T00:12:51.527-02:00 Aldeia Maracanã: Não passarão!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7rc94PNT5nNcJvteTQFeRB55hN4giXDPJiBUhZIFJOqOY84V8vWY_q1y917kXFQ1x7W3t4944VbnTyI2H0cBAL7hyphenhyphenMyCXf_cZO1GeG4CQtqPWNMnDtc2HTRttWn5C2KpMCUr8dYaUnTDc/s1600/282820_474005349311918_1639027240_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7rc94PNT5nNcJvteTQFeRB55hN4giXDPJiBUhZIFJOqOY84V8vWY_q1y917kXFQ1x7W3t4944VbnTyI2H0cBAL7hyphenhyphenMyCXf_cZO1GeG4CQtqPWNMnDtc2HTRttWn5C2KpMCUr8dYaUnTDc/s320/282820_474005349311918_1639027240_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Neste fim de semana, o
clima foi de tensão na Aldeia Maracanã, onde fica o “ex-museu do índio”, no Rio
de Janeiro. Apesar de ser um “ex-museu”, é necessário frisar que ainda existem
tribos morando no local. Cerca de 100 índios que fazem seu artesanato e buscam
formas de sobreviver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibQxbiNhSA4GB-Qqan1MWgSOwBZkP0J5itFd2vzm5zflDpGAyGRQCVOi2UmKYqkV5n5-VysopsDTAhlMBaToVlz7VKT2GRHTh55S1MUZ0i3iHszsFrQQNEnAIhRP_PnP3rE_hrc-wrK2RD/s1600/Aldeia_Maracana.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibQxbiNhSA4GB-Qqan1MWgSOwBZkP0J5itFd2vzm5zflDpGAyGRQCVOi2UmKYqkV5n5-VysopsDTAhlMBaToVlz7VKT2GRHTh55S1MUZ0i3iHszsFrQQNEnAIhRP_PnP3rE_hrc-wrK2RD/s200/Aldeia_Maracana.jpg" width="200" /></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tive a oportunidade de
estar numa manifestação na Aldeia, em Novembro. O local não tem energia
elétrica, nem água. Os índios estão alojados em suas ocas, na parte de trás do
terreno, tentando resistir à desocupação do local. No interior do prédio, fotos
e pinturas marcam as paredes descascadas com um só apelo: deixem-nos
sobreviver. Deixem nossa cultura sobreviver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQpzZgOAGbSne819rG0D1B0_8kKFTQhkq9bd2gwEgaABPo_0WEL0JfU2AUDiyunSv9pw6k0TeRR7jJSlcd8TU5dSvZqb7ASZ6tJsDxub9tkDWiwRPAOjuICduY2eQeS95-otsKHLLQNgTy/s1600/indios_guarani_kaiowa_400.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="100" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQpzZgOAGbSne819rG0D1B0_8kKFTQhkq9bd2gwEgaABPo_0WEL0JfU2AUDiyunSv9pw6k0TeRR7jJSlcd8TU5dSvZqb7ASZ6tJsDxub9tkDWiwRPAOjuICduY2eQeS95-otsKHLLQNgTy/s200/indios_guarani_kaiowa_400.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que pude sentir
durante a manifestação foi duas coisas: um paradoxo entre a vontade de lutar, a
força para lutar, e o medo. O grande medo dos índios não era da polícia, ou do
governador, mas de sua imagem. Os índios estão cientes que precisam do apoio da
população para que não tenham seus direitos cerceados mais uma vez. Durante
toda a passeata, a preocupação deles era que não houvesse nada, nenhuma
confusão, nenhum conflito com os policiais, para não dar razão á mídia para
falar mal do movimento. Quando os manifestantes iam pra rua, parte dos índios
fazia coro aos policiais e pedia para que os manifestantes voltassem para as
calçadas. Eles não querem ser mal vistos, não querem ser vistos como um atraso,
algo que vá prejudicar a cidade. Eles querem nosso apoio, e o direito de
permanecer em um local que tem tanta história, tanta memória, tanta cultura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que me parece mais
absurdo é a razão para que a Aldeia Maracanã seja demolida. Demolida me parece
um termo pequeno perto da verdade. Prefiro substituir por destruída. Ela é um
patrimônio histórico da cultura indígena, que há mais de 500 anos vem sendo
devastada por aqueles que acham que uma cultura sobrepõe a outra, que a cultura
branca é sinônimo de avanço, enquanto a indígena é sinônimo de atraso. Essa visão, presente em boa parte das pessoas
ainda nos dias de hoje, é o etnocentrismo retrógrado que faz com que, ano após
ano, sejam ensinadas nas escolas o “Descobrimento do Brasil”, como se as terras
brasileiras estivessem desocupadas até então.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT1tYP9CXs6ArCoA_fTE1gK6WkAYhw5I9DShEuCSEr3b9O0nAhSI5B62no4Nwr0UjT7bqYvxlM9Lxy9sp5K5bm1Cs1allzDAf3CAwgQ1O80ky9qKTJ8iLhz-F5mq5NdvWqqqiQ6WckoZKC/s1600/thumb_obra_do_maracana_ameaca_imoveis_tombados_22112012-195832-1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT1tYP9CXs6ArCoA_fTE1gK6WkAYhw5I9DShEuCSEr3b9O0nAhSI5B62no4Nwr0UjT7bqYvxlM9Lxy9sp5K5bm1Cs1allzDAf3CAwgQ1O80ky9qKTJ8iLhz-F5mq5NdvWqqqiQ6WckoZKC/s1600/thumb_obra_do_maracana_ameaca_imoveis_tombados_22112012-195832-1.JPG" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbnC-d4Qdsfwm7toUG3FW2lNmxynUbHhS2saMjN2vR5qj_KWvlNXzl2H7zjn0PWeZm3k2AZwtuMgma0NJLN35Hp3ZivmyiIL0eF6VDobpvdNV_1o9hG3RNArz9XehsZy-sNw1qVCCOl6gJ/s1600/Aldeia-Maracan%C3%A3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbnC-d4Qdsfwm7toUG3FW2lNmxynUbHhS2saMjN2vR5qj_KWvlNXzl2H7zjn0PWeZm3k2AZwtuMgma0NJLN35Hp3ZivmyiIL0eF6VDobpvdNV_1o9hG3RNArz9XehsZy-sNw1qVCCOl6gJ/s320/Aldeia-Maracan%C3%A3.jpg" width="320" /></a><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A coisa já começou errada. Sérgio
Cabral, quando anunciou a demolição, disse que tinha sido uma exigência da
FIFA, o que foi absolutamente negado pela própria instituição. O governador
disse que </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“(a demolição)<span style="background: white;">, é
necessária para o projeto de modernização do complexo do Maracanã, sendo parte
importante na questão da mobilidade”.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;">Demolir a Aldeia para construir
um estacionamento (e um museu do futebol) é pegar toda a cultura indígena
existente neste lugar, pisar e jogar no lixo. É reduzir ainda mais a presença
desta no Brasil, e, principalmente, no Rio de Janeiro. E tudo isso por causa da
copa do mundo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A copa do mundo e as
olimpíadas são mega eventos que estão sendo muito aguardados pelos brasileiros.
Os políticos veem a oportunidade de fazer alianças, roubar ainda mais e ter
seus nomes promovidos, afinal, é claro que tudo vai “dar certo”. Os empreiteiros
estão muito felizes, afinal, todas as obras serão superfaturadas, mas ficarão
lindas, e o brasileiro vai ficar agradecido. O povo está muito contente,
afinal, vai poder acompanhar “de pertinho” todos esses eventos que ele, até
então, só havia visto pela televisão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não preciso nem falar
que a maior parte dos brasileiros vai continuar assistindo apenas pela
televisão, já que os ingressos vão ser caríssimos. E que, passados os dois
eventos, as obras vão começar a “apresentar problemas” (como a vila olímpica) e
o dinheiro gasto irá efetivamente para o lixo. Não preciso nem falar que a
população brasileira é a única que fica feliz, pois esquece que tanto dinheiro
poderia ser investido em áreas mais importantes, como saúde, educação, e a
própria cultura. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Faltando
pouco para a chegada da Copa, já com o mascote escolhido, os absurdos começam a
aparecer. Estamos passando, nesse momento, por um processo claro e forte de <i>higienização social</i>. As <i>UPPs</i>, o <i>combate ao crack</i> feito da forma que está sendo, as <i>favelas</i> sendo incendiadas em SP; a
<i>demolição do patrimônio dos indígenas</i>, entre eles a Aldeia Maracanã... Essa
higienização social é, simplesmente, para inglês ver. Aliás, para turista ver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> É assegurar
que os turistas que estão vindo para a copa, e que vão gastar rios de dinheiro
nos hotéis, nas praias, nos ingressos, nos bares e restaurantes, não tenham contato com os “crackudos”, com os favelados, com os "índios retrógrados". Que
eles não corram risco de assalto; que eles tirem da mentalidade dos estrangeiros que o Brasil é uma terra ocupada por índios e mulatas que sambam; que eles tenham aonde estacionar seus
carros bem ao lado do grandiosíssimo estádio Maracanã. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <span style="background: white;"> Ao invés de
nossas autoridades se preocuparem com nosso povo, preocupam-se com os
estrangeiros. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="background: white;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6mtSfur1d0CGY_4nvg0V68BxprhO4yaiLwcdmedc_3tVJd4pXOLIGTdhfwuf90_QgjjDjo86aX56cjOvlIM4P2wi4YHPl0GXu3v5ides_37q_nWHlOSvrVH_zwybgGHOnzXhFsk2k-s41/s1600/homens-do-batalhao-de-choque-chegaram-por-volta-de-5h-a-aldeia-maracana_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="124" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6mtSfur1d0CGY_4nvg0V68BxprhO4yaiLwcdmedc_3tVJd4pXOLIGTdhfwuf90_QgjjDjo86aX56cjOvlIM4P2wi4YHPl0GXu3v5ides_37q_nWHlOSvrVH_zwybgGHOnzXhFsk2k-s41/s200/homens-do-batalhao-de-choque-chegaram-por-volta-de-5h-a-aldeia-maracana_2.jpg" width="200" /></a><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje,
há uma expectativa de demolição da Aldeia Maracanã, com consequente expulsão
dos índios que lá vivem. A tropa de choque chegou ao local no sábado e ficou
por cerca de 12h. "Quem mandou a tropa o fez antes de obter autorização
jurídica. Será que a polícia invadiria o local, mas não o fez por conta da
presença das câmeras e autoridades?", foi o que questionou Marcelo Freixo,
coberto de razão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Felizmente, existem muitas pessoas
mobilizadas. Nas redes sociais, o compartilhamento e apoio aos indígenas vêm
sendo grande, como ficou provado com os guarani- kaiowá. Precisamos fazer com
que essa resistência seja cada vez maior. Quanto mais a população se colocar na
linha de frente e lutar pelos índios, menos as autoridades vão poder passar por
cima destes. De 100 índios da Aldeia Maracanã, precisamos nos tornar 100 mil.
Não podemos deixar que os índios aqui pertinho, na Aldeia Maracanã, tenham sua
terra desapropriada. Assim como não podemos deixar que Belo Monte seja
construída, que os Kaiowá continuem morrendo. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEindB57BfdhKQDteSelU39EV6tfl-voxGSNNJAqhIFQUf-Z9laDTxq7TOAxvQoxDAp2J1MelbptJ7Q9-0RAtLUKoXkYMvHR1WGs3MRr8UsgJTb1-cSk_5ELTtTdAjNWnEngPTFQA3ubhE07/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEindB57BfdhKQDteSelU39EV6tfl-voxGSNNJAqhIFQUf-Z9laDTxq7TOAxvQoxDAp2J1MelbptJ7Q9-0RAtLUKoXkYMvHR1WGs3MRr8UsgJTb1-cSk_5ELTtTdAjNWnEngPTFQA3ubhE07/s1600/images.jpg" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pouco entendo das questões
jurídicas, mas entendo das questões humanas, e o que está sendo feito com
os índios no nosso país é, no mínimo, desumano.</span><o:p></o:p></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-17984467267089498972013-01-11T10:37:00.002-02:002013-01-11T11:50:43.142-02:00Resenha: Ensaio sobre a Cegueira - José Saramago<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="color: #444444;"> Vontade de me bater por ter demorado tanto para ler esse
livro. Anos e anos disponível na minha casa e eu, cheia de preconceitos por conta da falta de pontuação nos textos de
Saramago (hahahah), retardei tanto a leitura dessa obra maravilhosa. </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsNaUUTRAPWf-cUK25B4fazR3FpAx0bLpfbCcnGqufiiFlcvZqld90n__d6ToHKMyRbuiRZLKQ2t9uAcGVXqkYi72aSqJN_QG7V7yc8ViG6YHSdzgFW2SXO4tsI0qsx9VjXgupSiP1O2Wx/s1600/Capa+Ensaio+Sobre+a+Cegueira.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsNaUUTRAPWf-cUK25B4fazR3FpAx0bLpfbCcnGqufiiFlcvZqld90n__d6ToHKMyRbuiRZLKQ2t9uAcGVXqkYi72aSqJN_QG7V7yc8ViG6YHSdzgFW2SXO4tsI0qsx9VjXgupSiP1O2Wx/s320/Capa+Ensaio+Sobre+a+Cegueira.jpg" width="208" /></a><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Ensaio
sobre a cegueira é a história de uma sociedade que, de repente, encontra-se
cega. A cegueira não tem explicação, é descrita apenas como um clarão branco. E
através deste livro percebemos o quão animalescos somos em nossa essência, e
que só nos preocupamos tanto com nossa autoimagem e a moral por uma questão
simples: estamos sendo vistos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Saramago
consegue, com uma visão de narrador onipresente, nos passar diferentes
sensações e pontos de vista. Apesar do distanciamento que a voz impõe,
conseguimos sentir o desespero do primeiro a cegar, a paixão da mulher do
médico por seu marido, a falta que uma criança sente de sua mãe, etc. Outra
coisa que marca muito no livro é a ausência de nomes, fazendo com que os
leitores aprendam a identificar os personagens de uma maneira totalmente
inédita, como se também tivessem que lidar com o novo, bem como os personagens
lidam com a cegueira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> A revolta
me atingiu logo no início, ao perceber a estratégia do governo, cujo real
interesse era que os cegos morressem, de modo a não espalhar ainda mais a
epidemia. Mas chegou ao auge quando surgiu um grupo de cegos “maus”, que
roubaram outros cegos e estupraram mulheres. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> A narrativa
é tão incrível que, ao fechar os olhos, imaginei cada detalhe, desde o início,
quando o ambiente vai, cada vez mais, se tornando sujo e insalubre, até o fim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Os
parágrafos longos, sem vírgulas, não se tornam um problema, porque o leitor
dessa obra não precisa de pausas. Ele não quer pausas. Ele quer logo saber o
desfecho dessa trama, que não poderia ser melhor. Pode parecer óbvio, mas o
livro dá tanto “pano pra manga”, que não é tão óbvio assim. É quase que um
milagre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Você
consegue se afeiçoar a alguns personagens, muda de opinião sobre outros, e
tem asco gigantesco por vários. É um livro que prende, choca, surpreende e
encanta. Maravilhoso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Nota: <b>10,</b>
com louvor!</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-71477175398855978912013-01-09T09:56:00.000-02:002013-01-09T10:00:00.278-02:00E a mídia, mais uma vez, nos aponta o culpado...<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"> A menina <span style="background-color: white; color: #2a2a2a;">Adrielly
dos Santos Vieira, de 10 anos</span></span>, foi vítima de bala perdida na
noite do dia 24 de dezembro. Foi então levada ao Hospital Salgado Filho, onde
esperou durante 8h para ser atendida. Com a ausência do neurocirurgião
responsável pelo plantão na noite natalina, a menina foi transferida para o
Hospital Souza Aguiar, onde foi operada, mas não resistiu e morreu quatro dias
depois.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> A mídia atualmente é o chamado 4º poder. E isso fica
bem claro nesse exemplo: desde a primeira vez que o caso foi noticiado, a culpa
recaiu sobre o médico.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">E existem diversas formas de fazer isso. A escolha
de palavras, a ordem das frases, etc... são coisas que modificam completamente
o sentido do texto. Ao falar que “A menina Adrielly esperou 8 horas para ser
atendida e por isso morreu na noite do dia 24 de dezembro”, anula-se toda a
culpabilidade de outros fatores, e faz com que esta recaia apenas sobre o
médico.</span><span style="line-height: 115%;"> </span><span style="line-height: 115%;">Quais são esses outros fatores?</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%; text-indent: -18pt;"><span style="line-height: normal;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="text-indent: -18pt;"><span style="line-height: 18px;"><b>1º)</b></span><span style="line-height: normal;"><b> </b> </span></span><span style="line-height: 115%; text-indent: -18pt;">Em
momento algum foi falado da bala perdida, a causa inicial da morte da menina, uma vez que ela nem mesmo teria sido levada ao hospital se não tivesse sido
vítima da insegurança constante à que somos submetidos, principalmente pessoas
que vivem em áreas de risco. Talvez, mesmo se tivesse sido atendida
imediatamente, ainda assim morreria, afinal, foi um ferimento gravíssimo. </span><span style="line-height: 115%;">Porque as investigações não vão nem
tocar nesse ponto? Simplesmente porque é “enxugar gelo”. Quando a polícia fala “vítima
de bala perdida”, já é justificável que não consigam encontrar o culpado. É
bala perdida, não é? Por isso, nem se toca nesse assunto. A polícia trabalha
com números, estatísticas. Pra ela, é mais interessante ter o médico preso do
que ninguém.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18px; text-indent: -18pt;"><b>2º)</b></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-indent: -18pt;"> </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%; text-indent: -18pt;">Não
haver outro plantonista no hospital, no caso de o primeiro precisar faltar. É
um absurdo os hospitais terem apenas um neurocirurgião de plantão, sem
substitutos. É mais uma prova do sucateamento da saúde pública. E mais uma vez
isso não é levado em conta. </span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%; text-indent: -18pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%; text-indent: -18pt;">Esse sucateamento fica ainda mais evidente, na
entrevista com o médico Adão Gonçalves: <span style="color: #666666;">“<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">A minha insatisfação na verdade era com o sucateamento do hospital e,
principalmente, com a falta do número mínimo de neurocirurgiões, levando a que
eu fosse escalado para praticar cirurgias sem auxiliar capacitado. Se eu nunca
pratiquei cirurgias na clínica privada sem uma equipe completa, por que haveria
de praticá-las de forma precária na rede pública? O paciente da rede pública
merece tratamento pior que o da rede privada? Se essa precariedade prejudicar o
paciente, o responsável principal sempre será o cirurgião, e decidi não assumir
esse risco. O tipo de cirurgia que pratico é, por definição, demorada e
complexa. E se o médico tiver um mal súbito, quem completa a cirurgia? Não
tinha mais condições psicológicas para trabalhar dessa forma, sem nenhum tipo
de assistente ou estrutura. Desde a aposentadoria do meu colega de plantão no
final de setembro, vinha arguindo quanto à possibilidade de substituição dele
com o meu chefe de serviço, tanto pessoalmente como por telefone celular, e a
resposta era que não teríamos solução a curto prazo. Por último, exerci o cargo
de médico-neurocirurgião no Hospital Miguel Couto até 1994 e conheci a
burocracia e a demora para se conseguir a exoneração pelos trâmites normais,
sem falar do fato de que eu teria que continuar trabalhando no Hospital Salgado
Filho até que fosse confirmada a exoneração. Ou seja, continuar a fazer
justamente o que eu não sentia condições psicológicas e físicas de fazer e que
me levou a deixar o hospital.</span></span></span><span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-indent: -18pt;">”</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O médico reitera o principal
problema da rede pública, em especial do Salgado Filho: a <b>falta de pessoal</b>.
Também fala das condições de higiene e riscos de infecção, já que os pacientes
ficam muito próximos uns dos outros. </span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Ao deixar de focar
nesses dois pontos e, através de <b>manchetes</b>, <b>aspas</b>, e uso indevido de <b>termos</b>
(como “... fazendo com que a vítima morresse depois de 8 horas de espera”) a
mídia tira toda a culpa desses aspectos e faz com que esta recaia sobre uma
única pessoa: o médico, que, inclusive, alega que só foi saber que era o plantonista
responsável no dia seguinte. <br /><br /><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> O médico nos explica
que estava querendo ser demitido, e, por isso, havia faltado todos os plantões
do mês de dezembro, e que seu superior já estava avisado. Será que não é
hipocrisia de nossa parte afirmar que houve <b>omissão de socorro</b>? Me pergunto
quantos dos que apontam o dedo para este homem faltaram ou faltariam seus
trabalhos na noite de natal. E, ao que me parece, não foi apenas porque era
noite de natal, mas por uma causa maior. Aqui, reproduzo mais trecho da
entrevista: <span style="color: #666666;">“<span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Médicos são seres
humanos comuns, com problemas comuns e ocasionalmente faltam. Se as equipes
fossem adequadamente organizadas, com um número suficiente de profissionais,
essas faltas não teriam a menor consequência.</span>”</span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="color: #666666; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Gostaria de deixar
claro que meu objetivo aqui não é defender o médico, mas tentar pensar num
sentido diferente do <b>senso comum</b>, que costuma se dar pelo meio mais simples. É
muito mais fácil acusar uma pessoa do que fazer uma <b>investigação trabalhosa</b>
sobre o sucateamento da saúde no Rio de Janeiro, ou sobre as balas perdidas nos
morros cariocas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> E como é um ciclo, a
população, após acompanhar essa <b>enxurrada de notícias </b>que coloca o médico, e apenas o médico, como responsável
pela morte da menina, fica com <b>“sede de justiça”</b>. Pede para que ele seja
indiciado, preso... e até morto. Basta ler os comentários nos sites de notícia.
A polícia, então, sofre uma pressão não apenas da mídia, mas da população
indignada. E por isso, tem mais uma razão para indiciar o médico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E foi o que aconteceu: <a href="http://oglobo.globo.com/rio/caso-adrielly-policia-indicia-neurocirurgiao-por-omissao-de-socorro-7229870">http://oglobo.globo.com/rio/caso-adrielly-policia-indicia-neurocirurgiao-por-omissao-de-socorro-7229870</a>.
O neurocirurgião foi indiciado por omissão de socorro. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Aconselho ler a
entrevista completa, no site do O Globo: <a href="http://oglobo.globo.com/rio/nao-me-sinto-culpado-pelo-que-aconteceu-ela-diz-plantonista-sobre-morte-de-adrielly-7225865">http://oglobo.globo.com/rio/nao-me-sinto-culpado-pelo-que-aconteceu-ela-diz-plantonista-sobre-morte-de-adrielly-7225865</a><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-22212530486653758672013-01-07T12:43:00.003-02:002013-01-07T12:43:48.828-02:00Resenha: Morte Súbita<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Harry Potter tem uma participação gigantesca na minha vida.
Foi através da série que me apaixonei por leitura, pelos personagens, e que
comecei a sonhar em ser escritora. Foi graças a HP que comecei a ler muito, e,
consequentemente, escrever muito. Talvez tenha sido HP que tenha, enfim, me
direcionado ao jornalismo. Por isso, não só HP, mas JK Rowling tem grande
importância pra mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não pude conter a euforia quando vi Morte Súbita na
prateleira da livraria. Corri pro caixa, ansiosa para iniciar a leitura.
Devorei as 501 páginas em 3 dias. E agora venho contar minha opinião sobre o
livro, e fazer o mínimo de spoilers possível. =P<br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Infelizmente, grande parte das vezes, expectativa gera
frustração. Morte Súbita não é, nem de longe, tão incrível quanto HP é. O livro
não é tão profundo. Os personagens são rasos, não são muito detalhados. Você
não consegue definir bem de quem você gosta. No final eu desgostava de todos
eles, ou quase todos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Isso não é de todo ruim. O livro mostra as falhas dos personagens,
a desmoronação de famílias e de pessoas perfeitas, e também das imperfeitas. Mas
é um pouco chato você não se apaixonar por nenhum personagem, não é? Eu acho.<br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8C1OzHFzoRbRufOLRfc5BPnW1R4H_-cYSKLO4_oElr9R4ptNCBlCGRODPGQPFSIeeiu1VZ9IU8zhbnFsRdI9drvdpZwHkMc6Tikb3hq3c0UfDSBrrel2ElKF50aN3BTNnotFIuphRW17k/s1600/capa-de-morte-subita-traducao-do-livro-de-jk-rowling-em-sua-versao-em-portugues-1354054789526_300x420.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8C1OzHFzoRbRufOLRfc5BPnW1R4H_-cYSKLO4_oElr9R4ptNCBlCGRODPGQPFSIeeiu1VZ9IU8zhbnFsRdI9drvdpZwHkMc6Tikb3hq3c0UfDSBrrel2ElKF50aN3BTNnotFIuphRW17k/s320/capa-de-morte-subita-traducao-do-livro-de-jk-rowling-em-sua-versao-em-portugues-1354054789526_300x420.jpg" width="228" /></a>(Tomei o cuidado de não ler nenhuma resenha antes de escrever a minha com medo de ser influenciada. Hehehe. Mas agora, antes de publicar, resolvi dar uma olhada e não é que achei muitas pessoas falando que acharam essa questão dos personagens interessante? Acaba que é algo muito pessoal.)<br /><br />O livro, que foi exaustivamente divulgado como '' o primeiro livro de JK Rowling para adultos ", trata de assuntos como drogas, sexo sem compromisso e, como citei acima, as imperfeições da vida cotidiana. Os conflitos de um pequeno vilarejo, e como a morte de um sujeito consegue impactar a vida de diferentes pessoas e famílias.<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Também achei que faltou emoção, e estranhei um pouco o
ritmo. O final até que surpreende, porque na metade do livro você percebe que tá tudo dando errado, e se autoconforta pensando que "no final tudo dá certo". O livro acaba sendo triste, e ao mesmo tempo faz com que você questione coisas a sua volta. Mas a leitura não chega a ser aquela que te prende,
que você fica ansioso, que quer saber como termina. Não tem nenhum grande
mistério, nada a ser desvendado.<br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Torço para que JK Rowling escreva mais séries, onde é
possível se aprofundar nos personagens e fazer com que os leitores se
identifiquem, vivam suas angústias e suas alegrias, etc... Coisa que não
consegui com Morte Súbita. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
De qualquer forma, é um bom livro, muito bem escrito, lógico.
Acho que só fiquei decepcionada porque era da JK Rowling. <br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nota: 8,0. <o:p></o:p></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-77615585801045340402012-12-19T13:10:00.001-02:002013-01-11T11:04:13.179-02:00Democratização da Comunicação e Censura<br />
Acho importante que fique sempre bem esclarecido as diferenças entre coisas que num primeiro momento passam desapercebidas. E muitas vezes são utilizadas, de má-fé, por pessoas que entendem tais diferenças, mas que não têm interesse que outras pessoas entendam. Explico.<br />
<br />
<br />
<b>Liberdade de Expressão</b> e <b>Liberdade de Imprensa</b> eram termos que se confundiam lá nos EUA, logo no surgimento da mídia impressa. Isso acontecia porque era muito fácil fazer uma publicação e, portanto, qualquer cidadão comum podia criar seu próprio jornal. Nesse sentido, se um determinado cidadão sentia vontade de expressar seu descontentamento com o governo, por exemplo, ele o faria no jornal dele, e assim sucessivamente. Podemos fazer uma comparação com os dias atuais para compreender melhor essa situação: é como usamos as redes sociais atualmente. Usamos o facebook para expressar nossa opinião sobre os assuntos.<br />
<br />
É sabido que os tempos mudaram, os jornais viraram grandes corporações e agora, as matérias presentes nos jornais não mais representam a opinião de seu dono. Mesmo porque os "donos" dos jornais agora são empresas. E muito menos representam a opinião de seus leitores, apesar das colunas "eu-repórter", "carta do leitor", etc..<br />
<br />
Por isso esses conceitos não podem mais ser confundidos. As publicações em jornais seguem determinadas normas, normas éticas, em que nem tudo pode ser falado. Polêmicas só podem ser publicadas se puderem ser comprovadas, por exemplo.<br />
<br />
Quando se fala em regulação da mídia, regulação da imprensa, o senso comum nos faz logo pensar em "Censura", porque foi essa visão que nos foi passada. Entendemos que, se a mídia for regulada, nossa voz vai estar sendo regulada e censurada. Mas peraí, você acha que a grande mídia te dá voz?<br />
<br />
A regulação está, justamente, no extremo oposto. É a <b>democratização da comunicação</b>. É a garantia que a mídia será feita por e para todos. A democratização da comunicação vai ampliar gigantescamente o acesso á cultura, o acesso a outros pontos de vista.<br />
<br />
Um dos grandes exemplos da informação democratizada é a internet. Aqui, eu, você, todos podemos publicar o que queremos. É claro que existem os contras: mentiras que são facilmente difundidas, informações incorretas, além da questão do crime cibernético, graças a facilidade do anonimato. Aqui na internet é muito fácil ser racista, homofóbico, etc...<br />
<br />
Porém, com a democratização dos chamados "meios de massa" (tv, rádios...) a coisa vai ser diferente. Primeiro, por não ter anonimato. Muitas vezes, é o contrário, a exposição. <br />Segundo, por ter um alcance maior (meio de massa). Essas duas questões fazem com que haja um maior compromisso com a verdade e com a ética.<br />
<br />Como disse acima, para que possa sair na grande mídia as informações precisam ser checadas, e muitas vezes, precisam de provas concretas. É o caso das denúncias, por exemplo, que só podem ir ao ar com provas.<br />
<br />
Atualmente são apenas 11 famílias que controlam a comunicação no Brasil. As rádio comunitárias sofrem fortes repressões, uma enorme burocracia para serem abertas e uma facilidade tremenda em serem fechadas; alcance baixíssimo; boatos de que "derrubam aviões", etc...<br />
Por isso, é extremamente necessário que ocorra, e logo, essa regulamentação. Regulamentação NÃO é censura. Muito pelo contrário :)<br />
<br />
Quem nos faz associar regulamentação e censura são as grandes corporações midiáticas, cujo objetivo maior não é a difusão de informações e conhecimento, mas o lucro. E é pensando nisso que eles são contra a democratização da comunicação.<br />
<br />
<br />
<br />
Indico, a seguir, alguns links para leitura e também de vídeos.<br />
<br />
<a href="http://www.vermelho.org.br/al/noticia.php?id_secao=58&id_noticia=200688">http://www.vermelho.org.br/al/noticia.php?id_secao=58&id_noticia=200688</a><br />
<br />
<a href="http://www.blogacesso.com.br/?p=345">http://www.blogacesso.com.br/?p=345</a><br />
<br />
<a href="http://www.ciranda.net/article6611.html">http://www.ciranda.net/article6611.html</a><br />
<br />
<a href="http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed723_debate_sobre_regulamentacao_da_midia_nao_evolui_no_brasil">http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed723_debate_sobre_regulamentacao_da_midia_nao_evolui_no_brasil</a><br />
<br />
<a href="http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed722_o_ruim_sempre_pode_piorar">http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed722_o_ruim_sempre_pode_piorar</a><br />
<br />
<a href="http://www.blogdacidadania.com.br/2012/12/regulacao-da-midia-no-brasil-so-vira-de-baixo-para-cima/">http://www.blogdacidadania.com.br/2012/12/regulacao-da-midia-no-brasil-so-vira-de-baixo-para-cima/</a><br />
<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=KgCX2ONf6BU">http://www.youtube.com/watch?v=KgCX2ONf6BU</a><br />
<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=gr6qFODxkAA">http://www.youtube.com/watch?v=gr6qFODxkAA</a><br />
<br />
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<br />
Beijos.<br />
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<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-49978003591556416982012-11-08T13:33:00.002-02:002013-01-15T09:46:54.655-02:00Resenha – Quando Nietzsche chorou<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Venho anunciar que agora aqui no blog vai ter uma sessão chamada resenha. Vou “resenhar” sobre qualquer coisa... filmes, programas de tv, livro, ou seja lá o que me der na cabeça. :)</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
-</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKe7iKLdaB0A8827PS47N1PfE_vcMCqv0QTdpeFQFV38CmsMf1WRL9u5prOeV0W7jCRYLedZPhLYgzTY2nqzeRXwFYlS7ZjgNQeG81yB0cT5WEk7O8T0XLHjUstM5y8Me4dHpZTbLhZQvd/s1600/21216567_41.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" rea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKe7iKLdaB0A8827PS47N1PfE_vcMCqv0QTdpeFQFV38CmsMf1WRL9u5prOeV0W7jCRYLedZPhLYgzTY2nqzeRXwFYlS7ZjgNQeG81yB0cT5WEk7O8T0XLHjUstM5y8Me4dHpZTbLhZQvd/s200/21216567_41.jpg" width="200" /></a><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A resenha de hoje é sobre o último filme que eu vi, o "Quando Nietzsche chorou". Pra quem conhece um cadinho do filósofo, o título parece meio absurdo né? Ainda mais quando você descobre que a causa do choro é uma “mulher”. Entre aspas, porque a verdadeira causa do choro não é a mulher em si. A história é fictícia. </div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O filme começa com Lou Salomé, uma linda mulher russa de sotaque carregado, pedindo a Joseph, um renomado médico, que ajude seu amigo, que está pretendendo cometer suicídio. O amigo não é ninguém menos que Friederich Nietzsche.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nietzsche sofre de fortes dores de cabeça, e de um desespero irreparável. A russa pede ao médico que trate da parte emocional de Nietzsche, ou seja, que o tratamento para as enxaquecas seja apenas uma desculpa. E diz que o paciente não pode, de maneira nenhuma, saber disso. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
O método de Joseph é a cura pela fala, ou seja, o paciente precisa expor, botar pra fora suas angústias. Salomé acredita que tal tratamento pode ser a cura de Nietzsche.</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Seduzido pela russa, Joseph aceita conversar com Nietzsche, que o enche de perguntas quando o médico anuncia que precisa vê-lo diariamente. O filósofo não tem como pagar, e o médico diz que não cobrará nada. Nietzsche fica tentando entender quais são as razões para aquele médico fazer aquilo, e não aceita.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O desespero do filósofo é passado de uma forma sensacional. Em determinada cena, está na cama com uma prostituta quando as dores começam. Nietzsche grita, se debate, e por fim, bate fortemente com a cabeça no espelho. Seu rosto começa a sangrar e ele fica à beira da morte. Joseph é chamado e eles iniciam o tratamento.</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que não sabíamos, até então, é que o verdadeiro paciente acaba sendo o próprio médico. Insatisfeito com seu casamento, ele se apaixona por uma paciente, Bertha, que sofre de “histeria”. Joseph tem sonhos estranhos todas as noites e possui, dentro de si, um forte sofrimento, que o impede de aproximar-se da esposa.</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nietzsche tenta abrir os olhos do médico, mostrando que é importante arriscar, abrir mão de tudo e procurar a felicidade. Mas Nietzsche era visto como um louco. A partir do momento que Joseph percebe que Nietzsche não é um louco, mas um filósofo, um sábio, a coisa muda de figura.</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Joseph começa a se entregar, seguir seus conselhos, refletir a respeito de suas palavras. E através de uma hipnose com Freud (seu aluno), toma uma importante decisão a respeito de sua vida. </div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A relação entre os dois passa a ser de amizade, de respeito mútuo e confiança. Nietzsche finalmente se sente á vontade para abrir-se com alguém, uma vez que o médico abriu-se com ele primeiramente. </div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 35.4pt;">
O filme não é, de maneira nenhuma previsível. Toca em aspectos sensacionais, polêmicos e faz uma lógica inversa, onde o médico se dá conta de que precisa mais urgentemente de tratamento do que seu próprio paciente, que é visto pela sociedade como um “louco”.</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: purple; font-size: large;">Nota: 8.5</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
*lembrando que o filme é uma adaptação do livro, que li há muitos anos atrás, mas sinceramente não me recordo pra fazer uma comparação. *</div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
Beijos! </div>
<div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-15584805320103165872012-11-01T13:17:00.002-02:002013-01-15T09:17:34.282-02:00Quando coisas ruins saem em revistas não tão boas...<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Acho
que todo mundo viu a capa da Veja. Meu facebook, pelo menos, foi bombardeado. Então,
é claro, que eu não poderia perder essa oportunidade. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwU1zYa2MOw_44v5IDce7xzCq83EtiwH1aNoJTkk_GVLkgqJzwjMSewNj7tKcHI4CdBr_fNI8uOgPPn7rg7uJeelkekBL9Qy7mc5HLWdJUCwwLRwfCO2G4E7Ek6Ybmcg3SE5-MmivnolNO/s1600/269819_373451866069292_1682923202_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwU1zYa2MOw_44v5IDce7xzCq83EtiwH1aNoJTkk_GVLkgqJzwjMSewNj7tKcHI4CdBr_fNI8uOgPPn7rg7uJeelkekBL9Qy7mc5HLWdJUCwwLRwfCO2G4E7Ek6Ybmcg3SE5-MmivnolNO/s200/269819_373451866069292_1682923202_n.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p><span style="font-family: Calibri;">Bem, há muito tempo que eu queria fazer um post aqui
tratando da questão do proibicionismo. Acho que agora é a oportunidade perfeita
para falar um pouco do que eu acho da questão da legalização da maconha.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> Q</span>uando alguns de
meus “amigos” do facebook compartilharam a capa da veja, enlouquecidos, enchendo
a boca para falar “EU AVISEI, SEUS MACONHEIROS”, não aguentei e entrei em umas
três ou quatro discussões. No final, teve um saldo bem positivo nessa
publicação: reacendeu o debate.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O
simples fato de você discutir isso com alguém já é algum passo. A quebra da
barreira de tratar desse assunto com seus familiares e amigos, é um passo,
arrisco dizer, gigante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG8KhKSTVK7HbZgEIxaag4leGzUFdDx8I25QGiHuGb1Qcl-ZdjgzPl5Fz1oVCYUF1j7IikePl4T94SUh9HRvATrHtard4aNyLCbz3IhfyZljdGQHl58JJuQgEMaWbXFOGbWxczrEBFkjsW/s1600/tumblr_mcpkukG95c1rk477io1_400.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG8KhKSTVK7HbZgEIxaag4leGzUFdDx8I25QGiHuGb1Qcl-ZdjgzPl5Fz1oVCYUF1j7IikePl4T94SUh9HRvATrHtard4aNyLCbz3IhfyZljdGQHl58JJuQgEMaWbXFOGbWxczrEBFkjsW/s200/tumblr_mcpkukG95c1rk477io1_400.jpg" width="156" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Antes de começar, quero só fazer algumas observações: Todo mundo
sabe o quão tendenciosa é a revista VEJA. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>TODO MUNDO sabe que não é um veículo neutro,
cujo objetivo é simplesmente levar informações ao povo. Parem de ser “ingênuos”
e reflitam. Porque a VEJA teve o interesse em publicar essa matéria? Quem se
beneficia REALMENTE com o tráfico de drogas? </span><br />
<span style="font-family: Calibri;"></span><br />
<span style="font-family: Calibri;">Segundo, sou estudante de jornalismo, então pra mim foi berrante o quanto essa matéria foi mal feita. Arrisco dizer, mal apurada. A jornalista utilizou fontes igualmente tendenciosas. Não buscou em momento nenhum fazer um debate, mostrar o outro lado. Quando o próprio entrevistado afirmou que haviam outras linhas de pesquisa, qual era a obrigação de um bom jornalista? apresentar, ainda que minimamente, as outras linhas. Mas não. Elas não foram sequer apresentadas. A jornalista, ainda, fez questão de se posicionar, utilizando o termo "erva-maldita", entre tantas outras coisas que demonstravam seu CLARO posicionamento contrário a legalização. Sim, existe a possibilidade de essa pessoa escrever uma matéria deixando claro seu pensamento: os artigos de opinião, que não era o caso deste, que foi publicado como uma verdade absoluta.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Indo direto ao ponto agora, todas as pessoas que são contra
a legalização da maconha precisam ter em mente que a proibição se deu graças a
uma política racista e elitista. Lembram que a capoeira já foi criminalizada?
Porque era dança/luta de negro? Pois bem... A maconha era utilizada por negros
e índios. Mas a questão não parou na época da proibição. Até hoje a política
elitista/racista continua. Quem sai mais prejudicado com a proibição? <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Uma coisa me impressionou/ revoltou muito, e faço questão de compartilhar: a entrevista com um neurologista (acho), que disse que se apenas uma droga
tivesse que ser banida essa seria a maconha. O QUE???????<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">1-</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Não existe overdose de maconha. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">2-</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Quem fuma maconha não pega o carro e sai
atropelando pessoas em seguida<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;">
<span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-family: Calibri;">3-</span><span style="font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font: 7pt/normal "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Quem fuma maconha não entra em briga, não arruma
confusão.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
</div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqJ_LhgoJp95ZdVGl7PfUQsoIuVkS-fdQ-4FKNAyWXsevLeoCnXw0IFyPCIQoGX7B1S12HfFh0f6-wzeRJ8LDuHxkkhwWUmJsmQZmL3WZ1q3jcISohtqp9yycuBR9EaLe52hNfofUrP0tR/s1600/tumblr_mcroynFFsB1rk477io1_400.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqJ_LhgoJp95ZdVGl7PfUQsoIuVkS-fdQ-4FKNAyWXsevLeoCnXw0IFyPCIQoGX7B1S12HfFh0f6-wzeRJ8LDuHxkkhwWUmJsmQZmL3WZ1q3jcISohtqp9yycuBR9EaLe52hNfofUrP0tR/s200/tumblr_mcroynFFsB1rk477io1_400.png" width="155" /></a><span style="font-family: Calibri;">O argumento utilizado por esse neurologista
(#@#$% - essa sou eu me segurando pra manter a compostura) é que, diferente de
todas as outras drogas, a maconha é a única que, mesmo quando você para de
utilizar, os efeitos no cérebro continuam por anos, às vezes “pra sempre”. O
que não foi levado em consideração é que os efeitos de quem faz uso desmedido
do álcool ficam no fígado pra sempre; quem faz uso desmedido do cigarro fica
com os efeitos no pulmão pra sempre; e assim sucessivamente.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p><span style="font-family: Calibri;">Sinceramente, a diferença entre remédio e
veneno tá apenas na dosagem. Quem não sabe controlar o uso da maconha não vai
saber mesmo! Nem com ela proibida nem com ela legalizada.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Todo mundo sabe que comprar maconha é a coisa
mais fácil que tem. E que quando você compra com ela sendo proibida você tá
correndo muitos riscos. De ser preso, de ter outras substâncias misturadas no
seu prensado (entre elas o próprio crack), de ter acesso facilitado á outras
drogas. Se legalizada, vai existir um controle de qualidade, uma quantidade
diária a ser consumida, locais certos para se fumar e, inclusive, idade de quem
pode fumar. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Essa questão da idade é ponto chave de uma
coisa importante: No cérebro formado, do adulto (acima de 23 anos, se não me
engano) a maconha não oferece risco. As “sequelas” deixadas são apenas quando o
consumo se inicia ainda criança ou adolescente (frisando novamente, o consumo
DESMEDIDO). <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: Calibri;">“Mesmo sendo legal, o tráfico de maconha
vai continuar existindo”. Aqui é uma questão de lógica. Você pode ter seu
baseado de qualidade, sem oferecer riscos, podendo comprar na boa. Ou se
arriscar com todos os outros fatores citados acima. Qual você vai escolher? Dá
pra comprar uma garrafa de José Cuervo por 60,00 ou por 15,00. Na de 15 você
sabe que vai beber gasolina. Essa é a grande diferença.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p><span style="font-family: Calibri;">“Se legalizar vai ficar muito pior... todo
mundo vai querer fumar e vai perder o controle”. A legalização e regulamentação
da maconha precisa ser um processo bem feito, bem estudado. Tem que haver uma
educação sobre a questão da droga. Informação tem que ser distribuída a toda
população. As pessoas têm de ser instruídas. Você tem a possibilidade de
consumir ou não. Os riscos são x, y, z. Os efeitos são a,b,c. Sua escolha.
(obs: No Brasil, hoje, 7 milhões de pessoas fumam maconha ilegalmente).<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGHJE6VI4KUw4fsmJGli9d6oUERKSuuIFJxz7dHe8vjmSwkTG32oZbzhEUUWLwjdikiQZRH9msCGT5rBAU5xqfMcGOAuT_x3qSvy3aweDx2Q7jbpdrfqLUqfGj9W0xRkDpCKXddX-I_B8A/s1600/tumblr_mcq6ts1RbK1rk477io1_400.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGHJE6VI4KUw4fsmJGli9d6oUERKSuuIFJxz7dHe8vjmSwkTG32oZbzhEUUWLwjdikiQZRH9msCGT5rBAU5xqfMcGOAuT_x3qSvy3aweDx2Q7jbpdrfqLUqfGj9W0xRkDpCKXddX-I_B8A/s200/tumblr_mcq6ts1RbK1rk477io1_400.png" width="155" /></a><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p><span style="font-family: Calibri;">Escolha. Confesso que estou cansada de
repetir que é tudo questão de escolha. O Estado não tem que se meter no corpo
do indivíduo. É fato, sociologicamente falando, que quanto mais evoluída é uma
sociedade, menos proibitiva ela é. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já
está mais do que provado que esse modelo de “guerra às drogas” é falho. As
prisões estão lotadas, a droga criminalizada, e o consumo continua. Se tá dando
errado, a lógica é óbvia: tem que mudar.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Pro post não ficar gigantesco, vai ter
continuação. Vou tocar em mais dois aspectos:<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Calibri;">Plantio em casa (indoor/outdoor) e Medicinal.</span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwDW8EGW7czPVWcow6u6WhKVGm0785GN5BvHjh0szhLUsbrLbVUcn1NsDukw0Jb8lbz0X21WwyAVjkviPT43cYMoVkQ7nykJGijhoNxtM7JRe_4hZDHSALhTy6hNUpwvB6uAlhXhmivo64/s1600/tumblr_mcq3amjQc11rk477io1_400.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwDW8EGW7czPVWcow6u6WhKVGm0785GN5BvHjh0szhLUsbrLbVUcn1NsDukw0Jb8lbz0X21WwyAVjkviPT43cYMoVkQ7nykJGijhoNxtM7JRe_4hZDHSALhTy6hNUpwvB6uAlhXhmivo64/s320/tumblr_mcq3amjQc11rk477io1_400.png" width="248" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: Calibri;">E aproveito para divulgar logo que dia 27
de novembro é o Dia Nacional da legalização da maconha e combate ao câncer!!</span></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: Calibri;">E no dia 25, aqui em Niterói, vai rolar um
festival muito maneiro organizado pela galera do Cultura Verde, com THCine,
oficinas, debate e uma festa pra fechar! Acessem: <a href="http://www.culturaverde.org/">www.culturaverde.org</a> - tem artigos completos e muito bons no site, pra quem quiser se interar mais no assunto.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
</div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
<span style="font-family: Calibri;">No próximo post divulgo tudo certinho, com
links e etc.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt;">
</div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin: 0cm 0cm 10pt 36pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Até a próxima =)<o:p></o:p></span></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-22921412925225203702012-10-23T12:57:00.000-02:002012-10-23T12:57:56.736-02:00Eu não gosto de ser cantada!!!!!!<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Fiu-fiu. Gostosa. Ô lá em casa. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Elogios? Assédio?<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Sempre que começo a debater essa questão com homens* e eles
se revoltam e afirmam que as cantadas que ouvimos na rua são elogios, e que
deveríamos ficar felizes. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eu diria que gostaria
de saber como esses mesmos homens se sentirão quando suas filhas forem
assediadas nas ruas. Mas é mentira, é claro que eu não gostaria. Uma das minhas
lutas é justamente para que isso acabe.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-size: x-small;">*que fique claro que não são todos.</span> <br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Desde
muito novas somos acostumadas a “receber elogios” no espaço público. São as
cantadas de pedreiros, caminhoneiros, moradores de rua, estudantes, homens de
terno e gravata, idosos. Elogios que vão desde um assobio até casos extremos,
como falar o que tem vontade de fazer com o corpo da mulher, usando termos
horrorosos que nos agridem de uma maneira que talvez os homens não consigam
imaginar. Conheço histórias macabras, dentre elas um carro que passou e
arremessou uma camisinha cheia de esperma no rosto de uma mulher que
atravessava a rua. Já passei por situações aterrorizantes, desde menina, até os
dias de hoje.<span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Cotidianamente
nós, mulheres, somos invadidas. Nós andamos aterrorizadas. No ônibus, se um
homem senta ao nosso lado, sentimos necessidade de nos proteger. Encolhemo-nos
no acento. Na rua, se estamos andando sozinha, de noite, e vemos um grupo de homens,
atravessamos para a outra calçada. Ao entrarmos no taxi cujo motorista é homem, sabemos que existe risco de sermos sequestradas/estupradas/violentadas. Sentimos medo á todo momento. Mesmo sem
perceber, estamos o tempo todo nos prevenindo de abusos. Abusos que ainda assim
acontecem.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
grande problema das cantadas nas ruas é que o objetivo não é o flerte, a
conquista, a paquera. Ele reveste-se assim. O objetivo do homem ao cantar uma
mulher é mostrar que ele é “macho”, é mostrar sua virilidade, seu poder. É, por
mais que doa para os homens admitir, amedrontá-la.
É mostrar que ele pode falar o que bem entender, que nada vai
acontecer, porque ela é uma indefesa mulher.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Lembro uma vez, há muitos anos
atrás, eu deveria ter uns 15 anos... E um homem realmente bonito fez “fiu-fiu”
ao passar por mim. Eu gostei. Ele era bonito, tinha me sentido atraída por ele.
E aí me perguntei: O que ele esperava que eu fizesse? Fosse falar com ele?! A
ingênua aqui estava realmente considerando a possibilidade de que ele queria me
paquerar, me conhecer, talvez ficar comigo. Mas é óbvio que não era. Nenhuma história
de amor nasce de cantadas de rua porque nenhuma história de amor nasce de
abusos. (Ok, talvez algumas já tenham nascido, mas são exceções).<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Quando admitimos que receber cantadas
nas ruas é normal e que as mulheres devem, no mínimo, aceitar (porque já ouvi
que elas tem que ficar gratas, também), admitimos que é normal a mulher ser
assediada nos transportes públicos, ou quando está bêbada, ou porque se veste
ou comporta de tal maneira, ou porque está em determinado local tarde da noite.
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Todas essas questões só se perpetuam
porque são consideradas normais. Porque não percebem o quão grave é uma mulher
ter que lidar com situações de risco todos os dias, nas ruas, nos transportes,
no trabalho e muitas vezes até mesmo dentro de casa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">Enquanto não percebermos que o
machismo está impregnado nas mais diversas situações consideradas “normais” não
conseguiremos nos libertar. Enquanto piadinhas como “mulher feia estuprada
deveria agradecer” continuarem sendo risíveis, abusos sexuais continuarão sendo
normais. Enquanto enxergarmos normalidades em barbaridades, a sociedade
patriarcal continuará nos fazendo submissas. Enquanto formos submissas à essa sociedade,
continuaremos a andar com medo todos os dias, por todos os lugares.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;">E não, isso não é exagero. Eu não gosto de ser cantada! <o:p></o:p></span></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-26868761652520749792012-10-08T14:44:00.000-03:002012-10-08T15:12:39.840-03:00 Como não falar de política? Momento desabafo – Rio de Janeiro<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"> A “festa da democracia” acabou no Rio de Janeiro, com
Eduardo Paes reeleito no primeiro turno, com 64% dos votos. Eu nunca fiz
campanha política aqui no blog (mesmo porque não surtiria efeito já que né,
ninguém me lê... pelo menos por enquanto), no máximo nas redes sociais e no
boca-a-boca. Não sou filiada a partidos políticos porque vejo sérios problemas
no partidarismo. Acho que filiar-se a um partido é acreditar e assinar embaixo
que você confia que TODOS que fazem parte deste são pessoas honestas. É colocar
a mão no fogo por sabe-se-lá-quantos candidatos. Sem contar que já vi gente
muito boa ficando completamente cega depois de entrar em algum partido, ao
ponto de ter o fato escancarado e continuar negando. Pior cego é aquele que não
quer ver, né? Mas o fato é que apesar de não ser filiada ao Psol torci e muito
para que esse ano as coisas fossem diferentes.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Marcelo
Freixo fez uma campanha incrível. Não contou com apoio de empreiteiras, teve pouquíssimos
minutos na televisão, mas fez bonito nos debates. Tão bonito que alcançou 30%.
Trinta por cento da população votante do Rio de Janeiro acreditou que Marcelo
era a melhor opção pro Rio. Otávio Leite, Aspásia e Rodrigo Maia ficaram tão,
mas tão abaixo do candidato do PSOL que chegou a dar dó. Mas o fato é que eu
cansei de “pelo menos...”. Pelo menos alcançamos 30%, pelo menos temos 5
vereadores do Psol. Cara, um miliciano acaba de ser reeleito. Mais de metade da
população votou nele. Acreditou no Rio de Janeiro das propagandas. Fechou os
olhos para o mensalão carioca. Fechou os ouvidos pros debates. E agora o Rio de
Janeiro está perdido.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Arrisco
dizer que os próximos 4 anos serão bombásticos. Vamos ver uma corrupção sem
igual. Obras hiper ultra mega superfaturadas. Mais UPPs espalhadas por toda a
cidade, graças à parceria prefeitura-governo estadual. Saúde e educação
abandonadas, nas mãos das Organizações Sociais, que nada mais são do que
privatizações. Aumento no preço das passagens, porque as empresas de ônibus
mandam na cidade. Aumento na passagem das barcas e no pedágio da ponte, porque
a CCR manda na cidade. Quem manda na cidade não é a população, nem mesmo o
prefeito. Quem manda na cidade são os grandes poderosos, milionários, grandes
empresários. E quem mais se dá mal é a população carente, que é justamente a
que reelege Eduardo Paes.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Freixo é o candidato da Zona Sul. Mas como alcançar as zonas mais carentes se
elas são dominadas por milícias? E mesmo assim, garante, fez campanha em todos
os cantos da cidade. O problema é que se nós, classe média, somos
desacreditados, imaginem os que têm menos, bem menos que nós. É crível pra eles
um homem (desconhecido) que chega e promete mudanças? Que mal tem tempo de
falar na televisão? Eles simplesmente não acreditam. Preferem ganhar migalhas a
“não ganhar nada”. Porque centenas de candidatos já foram lá e prometeram mudar
tudo. Nenhum deles fez, e eles não sabem diferenciar quem é quem.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Minha
revolta não é com os cidadãos que votaram no Eduardo Paes. Não tenho dúvida que
esse número só foi tão elevado porque a população carente é a maior parte da
população carioca. Minha revolta é primeiro, com a mídia e sua injustiça, seu
partidarismo (no sentido de tomar partido, de não ser nenhum pouco imparcial),
sua manipulação nos mínimos detalhes (como reafirmar que Marcelo Freixo iria
censurar o carnaval, ou mesmo afirmar que “Marcelo Freixo não é Gabeira”, além
de ter feito o último debate na quinta feira tarde da noite, horário que a
grande maioria da população carente não pode assistir, pois acorda um pouco
mais tarde pra ir trabalhar). Segundo, com os eleitores informados que foram
contra o Freixo por se tratar de “modismo”. Quem dera que fosse modismo. Quem
dera que ele tivesse sido eleito, seja lá por qual razão. O modismo valeria à
pena. Esses deveriam estar cansados do modismo das milícias, do modismo do Rio
de Janeiro feito por poucos e para poucos, do modismo dos escândalos, do
modismo da corrupção, do modismo de tapar o sol com a peneira. “Quem enxerga
escuridão em tudo é que tem escuridão em si.”</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4380240780409838163.post-79526558123273185492012-09-11T23:08:00.000-03:002013-01-15T09:20:15.240-02:00Terrorismo nada poético<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
Hoje, 11 de setembro, andando por uma das ruas mais movimentadas da Zona Sul da cidade notei um tumulto: uma equipe grande (12
pessoas, entre assistentes sociais, guardas municipais e policiais militares)
tentando convencer uma moradora de rua a entrar em uma Kombi, que a levaria, junto com
sua filha, para um abrigo. Revoltada, a moça gritava coisas como “trabalho vocês
não dão, né? Mais fácil morar no morro, traficar, roubar...”. Por fim, ela
entrou no carro, mesmo contra a sua vontade.<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não sou
contra a ‘’remoção’’ (acho esse termo horrível...) de moradores de rua. Só que
temos que observar alguns pontos.<br />
<br />
1º) As péssimas condições que os abrigos oferecem. Alguns chegam
a servir comida estragada. <br />
<br />
2º) O cerceamento da liberdade. O morador de rua, apesar de
todos os problemas que enfrenta, está acostumado a ter liberdade. Ele anda “por
onde quer” (entre muitas aspas), acorda e vai dormir a hora que bem entende. Os
abrigos possuem regras que os moradores de rua simplesmente não estão
acostumados. E simplesmente não conseguem se adaptar de uma hora pra outra. <br />
<br />
3º) A remoção dos moradores de rua estar, coincidentemente
(claro...), acontecendo há menos de um mês da eleição. E o atual prefeito estar
apoiando um candidato. Que provavelmente irá para o segundo turno.<br />
<br />
4º) A presença de policiais militares. A função dos
policiais militares é garantir a ordem e a segurança pública. Até aí, ok. O
grande problema é a ameaça que esses PMs representam. Eu acompanhei o caso de
dois moradores de rua que foram levados para o abrigo. Em ambos os casos foi
com mulheres que tinham filhos. A primeira foi bastante agressiva, mas
percebam, eram 12 pessoas. Quatro assistentes sociais e quatro guardas
municipais (portando cacetete, como sempre). Era mesmo necessária a presença de
policiais militares? Afim de quê? Qual era a real necessidade da presença dessa
força nessa “operação”? Não consigo pensar em outra coisa a não ser coerção. Intimidação.
Ameaça. Eram 12 pessoas “contra” uma. Isso é, no mínimo, covardia. E em ambos
os casos foi, no mínimo, completamente desnecessário.<br />
<br />
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pra não
ser injusta, no caso da segunda moradora de rua removida, pude acompanhar do
início ao fim e reconheço que o trabalho de uma assistente social foi muito bem
feito. Gostei muito da postura da assistente, que ajoelhou ao lado da moradora
e não poupou tempo ou esforço para conversar calmamente com ela, falar que ir
pro abrigo seria melhor pra ela e seu filho, e a convenceu. Não houve muita
resistência, não houve briga, nem confusão. <br />
<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O objetivo desse post não é condenar
esse tipo de ação. É apenas para refletirmos. <b>Ir pro abrigo é realmente bom?</b> <b>Se
sim, porque muitos preferem as ruas?</b>;<b> Morador de rua não tem direito de
escolha? Ele é obrigado a viver em abrigo?; A polícia militar é necessária? </b>Quando eu era criança, acreditava que polícia era pra prender bandido. Acredito que muitas pessoas ainda pensam assim. Será que é claro pra todo mundo que morador de rua não é bandido? <br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por fim,
vou justificar a escolha do nome (gosto de fazer <a href="http://tudoqueelagostadefalar.blogspot.com.br/2012/08/sobre-nomes.html" target="_blank">isso</a>) pra esse post. 11 de
setembro, né? Terrorismo, não só lá nos EUA, mas no Chile, com o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_no_Chile_em_1973" target="_blank">golpe deEstado de Pinochet</a>. Achei irônica essa ação aterrorizante para alguns (ouso
dizer, muitos) moradores de rua justamente nesse dia. E o nada poético é porque
sou muito favorável ao<a href="http://coletividadenomade.blogspot.com.br/2006/11/o-que-terrorismo-potico.html" target="_blank"> terrorismo poético</a>. E porque ando pensando em fazer algo
nesse sentido. Mas fica pra outro(s) post(s).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<br />Gabi Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/01563009650338451319noreply@blogger.com0